Boletim do Cepagri, da Unicamp, reforça que a passagem de ano na região de Campinas será chuvosa. Os indicativos para esta sexta-feira (31) são de céu nublado a encoberto, com chuvas a qualquer momento do dia, inclusive na hora do Réveillon, e se estendendo pelo primeiro dia de 2022. Há potencial para chuvas fortes e volumosas, com principal risco associado de alagamento de vias. As temperaturas neste dia 31 ficam entre 19 e 26ºC, e no dia 1º, entre 19 e 24ºC. O sol está previsto para reaparecer apenas no domingo.
Balanço hídrico do Cepagri mostra uma precipitação de quase 50mm nas últimas 72h.
E o Brasil?
Depois da chuva forte causar diversos danos nas cidades de Lençóis, Itabuna, Caravelas e Ilhéus, na Bahia, e no Norte de Minas Gerais, como nas cidades de Pedra Azul e Salinas, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta sobre a condição de tempestades em parte das Regiões Sudeste e Centro-Oeste até o dia 1º de janeiro de 2022.
Alerta
Segundo o Inmet, entre a noite de quarta-feira (29) até a noite do dia 1º de janeiro de 2022, uma massa de ar úmida e instável deverá provocar muita chuva sobre o Norte, Centro e Leste de Goiás, Distrito Federal e no Noroeste de Minas Gerais, onde os totais de chuva podem superar os 200 milímetros (mm). Além disso, os totais de chuva no Centro, Sul e Leste de Minas Gerais e na Região Serrana e Sul do Rio de Janeiro devem variar entre 70 e 100 mm. Não estão descartadas eventuais quedas de granizo nessas áreas.
Os acumulados de chuva em dezembro de 2021 (considerando dados até a manhã do dia 27/12) já ultrapassaram, e muito, a média de todo o mês. Em algumas Estações Meteorológicas do Inmet, o mês de dezembro de 2021 é o mais chuvoso há pelo menos 15 anos.
A virada do ano deve ser de chuva em grande parte do País, mas o clima continuará quente e abafado. Segundo os meteorologistas, há grande possibilidade de chuva no Centro-Oeste, Norte e Sudeste.
Histórico
O mês de dezembro de 2021 foi marcado por muita chuva em grande parte da Bahia e no Norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. O principal fenômeno meteorológico responsável pelas chuvas nessas áreas foi a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). A ZCAS é um dos principais sistemas meteorológicos responsáveis pela reposição hídrica em parte do Brasil central no período chuvoso e tem como característica a persistência de uma faixa de nuvens que fica, praticamente estacionada, provocando muita chuva sobre as mesmas áreas por, pelo menos, quatro dias consecutivos. Além da ZCAS, a temperatura da superfície do mar nos oceanos Pacífico e Atlântico também contribuiu para potencializar as condições das chuvas.
No Oceano Pacífico, a atual temperatura do mar abaixo da média configura o fenômeno La Niña. Tecnicamente, é chamado de fase fria do fenômeno El Niño – Oscilação Sul (ENOS). Atualmente as anomalias são da ordem de -1,1°C, o que define o fenômeno como de intensidade moderada.
A maioria dos modelos de previsão gerados pelos principais centros internacionais de Meteorologia indicam uma probabilidade superior a 60% de que se mantenha o fenômeno La Niña durante o Verão, podendo atingir a intensidade de moderado entre os meses de dezembro/2021 e janeiro/2022.
Já no Oceano Atlântico Sul, as temperaturas da superfície do mar estiveram em torno de 0,5°C acima da média em toda a costa da Região Nordeste do Brasil, favorecendo a manutenção e permanência da banda de nebulosidade da ZCAS sobre grande parte do estado da Bahia.
(Com informações do Cepagri e da Agência Brasil)