Tradicional passeio de fim de semana dos campineiros, o Centro de Convivência Cultural de Campinas, no bairro Cambuí, ganha charme especial neste sábado (27), às 10h. Quem passar por lá verá um espetáculo de dança gratuito com a Cia Dança Sem Fronteiras, de São Paulo.
Hoje ainda, no período da noite, o grupo de dança composto por pessoas com e sem deficiência leva o espetáculo “Ciranda de Retina e Cristalino” para o teatro Sesi Amoreiras. Com patrocínio da Bosch, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, as atrações são livres e gratuitas.
Na performance “Fresta Poética: Corpo Tempo”, dirigida pela fundadora da companhia, Fernanda Amaral, e criada para espaços abertos, os bailarinos apresentam cenas lúdicas e intrigantes, convidando o público a participar da dança e da brincadeira, criando um espaço diverso e colorido.
A ideia é tornar visível as pequenas danças, gestos e afetos do corpo em relação ao espaço, seus habitantes e suas habilidades, tendo como inspiração as relações do concreto que, apesar de sua rigidez, dá espaço para a delicadeza da natureza.
Rompendo barreiras e ocupando espaços com a diversidade, os bailarinos nos lembram que corpo e natureza possuem diversas maneiras de resistir às situações e impedimentos do tempo ou falta dele, criando brechas para seguir seu fluxo e mostrando grande resiliência às situações adversas. O espetáculo acontece ao ar livre, em frente ao teatro do Centro de Convivência, no sábado, 27 de maio, às 10h.
À noite, a Cia Dança Sem Fronteiras sobe no palco do teatro do Sesi Amoreiras, para uma sessão única do espetáculo “Ciranda de Retina e Cristalino”, às 20h. A entrada também é franca, mas é necessária a retirada antecipada de ingresso pelo site https://www.sesisp.org.br/eventos. Eles são válidos até 15 minutos antes do início do espetáculo.
Criado entre os anos de 2020 e 2021, durante a pandemia e com ensaios on-line, o espetáculo é marcado pela improvisação, que desempenhou um papel fundamental na criação da dramaturgia e na preparação do elenco.
O olho, o olhar, o ver e o ‘não ver’ foram temas da pesquisa de criação da obra, dirigida por Fernanda Amaral, assim como as vivências dos bailarinos e seus processos diários de mudanças e adaptações nos tempos de rígido afastamento social e encontros através de telas.
As composições coreográficas foram cuidadosamente desenhadas, como uma poesia em movimento, levando em consideração os corpos dos bailarinos e suas características únicas. Em conjunto com a trilha sonora e a iluminação, o espetáculo convida o público a lançar um novo olhar sobre a dança contemporânea, ultrapassando rótulos e preconceitos sobre dança e deficiência. “A dança nunca é somente sobre a dança, nem neutra, e sim rica em significados”, afirma Fernanda Amaral, diretora da Cia Dança Sem Fronteiras.
O elemento círculo, representado pela roda que gira, gira e dá voltas, como uma grande ciranda da memória, é peça central no espetáculo, dividido em três olhares. O primeiro é com todo o elenco, o segundo com a aparição dos personagens, e, no terceiro, elenco e personagens se reencontram. Há Retina, mulher com baixa visão que baila atrás de sua janela; Cristalino, jovem com baixa visão que se equilibra fazendo malabarismos; Desfocado, que dança com sua roda em sua cadeira de rodas, além de Cecília, Iris e Cornelia, todos isolados em seus círculos, mas também conectados por suas narrativas corporais.
O teatro Sesi Amoreiras fica na Av. das Amoreiras, 450, no Parque Itália, em Campinas. É permitida a retirada de até dois ingressos por CPF, e eles são válidos até 15 minutos antes do início do espetáculo.