Cinco quadras vão separar as manifestações pró e contra o presidente Jair Bolsonaro em Campinas, marcadas para o dia 7 de setembro. Formada por partidos de esquerda, entidades sociais, sindicatos e outras representações civis, o grupo que pedirá o impeachment do presidente vai se reunir no Largo do Pará.
Já o grupo governista se manifestará no Largo do Rosário. Os dois marcaram os atos para o período da manhã, numa decisão que está provocando intensa mobilização de forças de segurança.
A definição sobre a realização dos atos foi feita na noite desta quinta-feira (2), em audiência que reuniu representantes dos organizadores, membros do Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.
Segundo o presidente municipal do PT, Carlos Orfei – um dos organizadores da manifestação e que participou da reunião –, os dois atos foram marcados para o período da manhã. O do Largo do Pará começará às 9h. O do grupo pró-Bolsonaro prevê início para as 10h.
Orfei contou que a manifestação do Largo do Pará vai integrar o chamado “Grito dos Excluídos”, que tradicionalmente desce a avenida Francisco Glicério depois do desfile cívico-militar de 7 de setembro, que neste ano foi suspenso por causa da pandemia, a exemplo do que ocorreu no ano passado.
Ele reconhece que existe temor de um confronto, mas afirmou que as polícias prometem fazer um cinturão de isolamento, para impedir que representantes dos dois grupos se encontrem.
Segundo ele, ficou definido que haverá um cordão de isolamento a partir da Rua Cônego Cipião.
Orfei admite que existe o medo de um confronto. “Até porque tem muita gente falando muita coisa por aí. Esta semana mesmo, tivemos uma granada no camelódromo, né?”, lembrou. Ele garantiu, no entanto, que os esquerdistas estão orientados a evitar qualquer tipo de provocação ou atitudes que possam gerar confronto.
O dirigente contou que a ideia inicial era ocupar o Largo do Rosário, mas isso acabou não sendo possível. “Faz 40 anos que nós usamos o Largo do Rosário para manifestações desse tipo, mas eles (governistas) conseguiram entregar o pedido (de reserva do espaço) pouco antes da gente”, lamentou.
Ele diz que o grupo quer usar a manifestação em Campinas para estimular as pessoas a se deslocarem até São Paulo, onde está prevista uma grande manifestação no Vale do Anhangabaú no período da tarde.
O portal Hora Campinas tentou contato com representantes do grupo pró-Bolsonaro, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno.
GM
Antes da reunião no MP, a Guarda Municipal havia informado que haverá reforço no patrulhamento na região central, da GM e da Polícia, desde bem cedo. Também haverá monitoramento por câmeras e os setores de Inteligência da GM e da Polícia vão acompanhar e trocar informações sobre a movimentação nas redes sociais.