Passar com enorme facilidade pela traiçoeira primeira fase da Copa do Brasil é uma verdadeira raridade na história recente da Ponte Preta. Basta olhar para as últimas cinco temporadas para detectar que a tranquila goleada por 4 a 0 aplicada sobre o Fluminense-PI, na noite da última terça-feira (28), em Teresina, no Piauí, destoa completamente do roteiro com altas doses de sofrimento e fracasso em estreias da equipe na competição.
A começar pelo ano passado, a Macaca perdeu por 1 a 0 para o Cascavel, no Paraná, e se despediu de forma precoce da Copa do Brasil, ainda na primeira fase, na mesma noite em que o clube anunciou a contratação do técnico Hélio dos Anjos, poucos dias após a demissão de Gilson Kleina devido ao fisco no Dérbi 202 (derrota por 3 a 0 para o Guarani, no Brinco de Ouro).
Vexame ainda maior ocorreu em 2019, sob o comando de Jorginho, quando a Ponte perdeu duas vezes para o Aparecidense-GO, primeiro por 1 a 0, em um jogo polêmico que acabou anulado pelo STJD por suspeita de interferência externa, e depois por 2 a 0, dessa vez sem motivos para reclamar.
Em um total de 20 participações na Copa do Brasil, disputada desde 1989, a Ponte Preta amargou quatro eliminações na primeira fase. Na primeira delas, em 2002, a Macaca caiu para o Coritiba. Cinco anos depois, em 2007, sucumbiu diante do Villa Nova-MG. Mais recentemente, a equipe alvinegra parou no Aparecidense-GO, em 2019, e no Cascavel-PR, em 2022.
Em 2020 e 2021, as histórias foram semelhantes entre si: angústia do início ao fim, mas desfecho com classificação. Há três anos, com Kleina no comando, a Ponte saiu na frente do placar contra o Novo Hamburgo, escapou de tomar a virada graças a um pênalti perdido pelo time adversário e ainda conseguiu vencer no final: 2 a 1.
No ano seguinte, comandada pelo técnico Fabinho Moreno, a Macaca saiu perdendo para o Gama e sentiu o amargo sabor da eliminação prematura durante cerca de 20 minutos, mas reagiu no segundo tempo e virou o placar, em mais um triunfo apertado por 2 a 1.
Já em 2018, sob a batuta do campineiro Eduardo Baptista, a Ponte Preta deixou o Nacional-AM pelo caminho, mas não conseguiu sair de um empate sem gols que, graças ao regulamento, acabou sendo suficiente para a classificação.
“Hoje a Ponte Preta tem uma filosofia de trabalho e um modelo de jogo. Mesclamos bem a juventude com a capacidade de alguns jogadores mais experientes”, descreveu o técnico Hélio dos Anjos, que está há um ano no comando da Macaca.
Desta vez, no entanto, a equipe do técnico Hélio dos Anjos não deu sopa para o azar e teve a sua melhor estreia na Copa do Brasil desde 1999, quando debutou na competição com uma goleada por 5 a 0 sobre o Sergipe, em Aracaju.
Desde 2017, a primeira fase da Copa do Brasil é disputada em sistema de jogo único na casa do time de divisão inferior, porém com vantagem do empate para o visitante.
Confira abaixo todas as estreias da Ponte Preta na história da Copa do Brasil (desde 2016, a primeira fase é disputada em jogo único na casa do time de divisão inferior, com vantagem do empate para a equipe visitante):
1999: Sergipe-SE 0 x 5 Ponte Preta
2000: Dom Pedro-DF 1 x 2 Ponte Preta
2001: Castanhal-PA 0 x 1 Ponte Preta
2002: Coritiba 2 x 1 Ponte Preta*
2007: Villa Nova-MG 1 x 0 Ponte Preta*
2009: Vilhena-RO 1 x 2 Ponte Preta
2010: JV Lideral-MA 0 x 0 Ponte Preta
2011: Baré-RO 0 x 1 Ponte Preta
2012: Sapucaiense-RS 0 x 0 Ponte Preta
2013: Itabaiana-SE 0 x 3 Ponte Preta
2014: Náutico-RR 1 x 4 Ponte Preta
2015: Vilhena-RO 1 x 1 Ponte Preta
2016: Caldense-MG 1 x 2 Ponte Preta
2017: Campinense 0 x 2 Ponte Preta
2018: Nacional-AM 0 x 0 Ponte Preta
2019: Aparecidense-GO 2 x 0 Ponte Preta*
2020: Novo Hamburgo-RS 1 x 2 Ponte Preta
2021: Gama-DF 1 x 2 Ponte Preta
2022: Cascavel-PR 1 x 0 Ponte Preta*
2023: Fluminense-PI 0 x 4 Ponte Preta
*Ponte acabou eliminada na primeira fase