Levantamento feito pelo Centro de Operações da CPFL Paulista mostra que, apenas nas cidades que contemplam a região de Campinas, durante 2021, foram contabilizadas 728 queimadas (de todas as proporções, sejam no campo ou na área urbana) responsáveis por interrupções no fornecimento de energia. Nos primeiros seis meses de 2022, o número já chega a 201.
As queimadas podem ter duas causas: humanas ou naturais, e o tempo seco, aliado à ação dos ventos, pode fazer as chamas aumentarem e se proliferarem. Além disso, a ausência de chuvas – comuns nessa época do ano – faz com que as queimadas em larga escala aumentem.
O assunto é discutido com grande empenho pelas distribuidoras e transmissoras de energia elétrica, pois há sério risco de incêndio em terrenos baldios ou áreas rurais sob as redes de distribuição e transmissão.
Os incêndios sob a rede de distribuição de energia são, muitas vezes, causados pelo uso do fogo como método de poda de algumas plantações. “O impacto das queimadas é maior ainda quando acontecem sob as linhas de transmissão, responsáveis pelo abastecimento de regiões inteiras”, ressalta Clauber de Marchi Pazin, gerente de operações de Campo da CPFL Paulista.
Entre os municípios com mais interrupções na região de Campinas em 2021, a cidade lidera o ranking com 168 ocorrências. Americana ocupa a segunda posição com 102 casos e Santa Bárbara D’Oeste fica em terceiro lugar, com 94 ocorrências.
Veja as 15 cidades com mais ocorrências por queimadas em 2021 na região de Campinas:
Programa Guardião da Vida
O grupo CPFL Energia, por meio da campanha Guardião da Vida, vem incentivando a discussão sobre o tema. O objetivo é promover reflexão sobre as atitudes que poderiam ser evitadas, reduzindo transtornos e até salvando vidas.
Na estiagem, a pouca umidade, a vegetação baixa e os ventos fortes são fatores que podem provocar incêndios.
Além disso, até mesmo uma queimada mal controlada para atividades agrícolas também pode colocar em risco o fornecimento de energia, atingindo os cabos elétricos, desligando a rede e provocando prejuízos para todos, além de danos ao meio ambiente e à segurança da população.
O calor do fogo, mesmo quando não atinge diretamente os cabos elétricos, junto da fuligem levada pelo vento e grandes volumes de fumaça, também pode provocar curtos-circuitos ou rompimento de cabos, interrompendo o abastecimento de cidades inteiras. O ar quente gerado pode criar um campo ionizado, propiciando o fechamento de arcos elétricos que desligam as linhas de eletricidade.
O arco elétrico, também conhecido como arco voltaico, é uma grande quantidade de carga elétrica movimentando através do ar com alta velocidade (cerca de 100m/s) e elevadas temperaturas. Os arcos podem causar destruição dos equipamentos – chave, painéis, barramentos, condutores etc. – e ainda causar graves lesões físicas em pessoas próximas.
No caso do meio rural, como forma de prevenir incêndios próximos às redes elétricas – conforme os Decretos Federais 24.643/34, 35.851/54, 41.019/57 e 84.398/80 – uma das medidas que devem ser respeitadas pelos produtores no cultivo é o respeito às faixas de servidão, que são os corredores de 30 ou 40 metros de largura localizados embaixo das linhas de transmissão, nos quais não é permitido o plantio.