O prefeito Dário Saadi assumiu o governo de Campinas na pior fase da pandemia. Foram meses difíceis e tensos, com desafios imensos na gestão da Saúde. Ele mesmo enfrentou a doença. Chegou até a passar uma noite na UTI por precaução. Além dos desafios inerentes ao enfrentamento da crise sanitária, o prefeito teve que tomar decisões complexas, como a restrição de atividades comerciais e comunitárias na fase aguda da Covid-19. Isso, sem falar em fake news e negacionismo, males do mundo contemporâneo que jogam contra a civilidade e o bom-senso.
Passada a tempestade, o prefeito navega em águas mais tranquilas. O ano de 2023 tem sido próspero em ações administrativas, com grande investimento em bem-estar urbano por meio da entrega de parques e áreas revitalizadas, reformadas ou criadas em bairros da cidade. Campinas segue com bons indicadores de IDH e com sua forte virtude econômica, com padrão de excelência em serviços, ciência, educação, tecnologia e cultura.
Intempéries aparecem vez ou outra, como a polêmica das casas-embrião, que ganhou repercussão nacional e levou Dário a ter uma rusga pública com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O prefeito ficou indignado com o que considera críticas superficiais e descontextualizadas do tema. Ele pondera que o arranjo habitacional foi fruto de um acordo com a Justiça e não um projeto gestado pela Prefeitura. Argumenta ainda que houve aprovação dos moradores do núcleo social Mandela, em assembleia.
De qualquer forma, o desfecho do caso parece apagar as labaredas da polêmica. Agora, um acordo permitirá a ampliação das unidades para, no mínimo, o dobro dos 15m², medida que foi fruto dos debates acalorados que ganharam as redes sociais.
Sua posição de liderança nacional, por meio da importância de Campinas no cenário brasileiro e de sua função na Frente Nacional de Prefeitos (FNP), também o obriga a discutir temas da ordem do dia, como a reforma tributária. Sobre ela, Dário cobra mais diálogo antes da aprovação do texto final. A reforma foi aprovada em dois turnos na Câmara Federal e, agora, tramita no Senado.
Ao Hora Campinas, Dário deixou claro que é contra a reforma tributária como ela está desenhada hoje.
Sobretudo porque ela tira a autonomia de gestão do Imposto sobre Serviços (ISS), uma das principais fontes de arrecadação dos municípios. Ele entende que a reforma é prejudicial a Campinas, uma cidade com grande força nesse segmento. Sua estimativa é de perda de R$ 1,8 bilhão em arrecadação, já que o imposto será extinto gradativamente. Dário cobra uma compensação por essa perda, que ocorrerá a médio e longo prazo.
Em entrevista ao Hora Campinas, Dário falou sobre esses temas, incluindo a pandemia. Sobre ela, acentuou que Campinas foi uma referência nacional no combate ao coronavírus e na prevenção à doença.
“Campinas foi uma referência no atendimento, incluindo uma parcela considerável da região metropolitana. Tivemos ações firmes, como a intervenção no Hospital Metropolitano. Aquela unidade, que hoje é o Mário Gattinho, atendeu só na pandemia mais de 45 mil pessoas no Pronto Socorro e foram internadas mais de 1,7 mil pessoas”, pontuou.
Sobre a vacinação, o prefeito vê um retrato extremamente positivo. “Fomos referência em todo o País, fizemos uma vacinação sem aglomeração, sem filas, e com agendamento pela internet”.
Dário lamentou as mortes ocorridas na Lagoa do Taquaral e no Bosque, após queda de árvores, e disse que ambas foram decorrentes do excesso de chuva, com laudos que refutaram eventual incúria do poder público. “Senti essa dor como pai, como pessoa”, acrescentou.
O prefeito deixou uma mensagem pelo aniversário de 249 anos de Campinas, e reforçou que se sente orgulhoso por ter sido escolhido pela cidade para comandá-la por quatro anos e porque está à frente de um município que é a 10ª do País em indicadores econômicos e a 14ª em população. “É uma honra. Gratidão. Parabéns Campinas pela qualidade e pela grandeza de sua gente”.
Confira a entrevista (por Leandro Ferreira)