Alvo constante de vandalismo, o monumento-túmulo do maestro campineiro Carlos Gomes continuará contando com a própria vulnerabilidade. Uma decisão do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) impediu que um dos principais monumentos da cidade tivesse mais reforço para sua preservação.
Há uma semana o Hora Campinas mostrou a lamentável condição do monumento-túmulo, cujas peças em bronze que compunham a estrutura de granito foram quase todas furtadas, restando apenas a escultura do maestro e da cantora lírica Maria Monteiro.
A facilidade dos vândalos se dá, principalmente, pelo tamanho da grade de proteção que cerca o monumento, na Praça Bento Quirino. No entanto, a opção de aumentar o tamanho da proteção, com grades maiores – como era antigamente – está sepultada.
“O Condepacc decidiu de forma contrária à ampliação da altura, por ser esteticamente hostil e divergir da função memorial do monumento, de provocar um encontro do passante com as lembranças do passado”, informou em nota a Prefeitura de Campinas. A presidente do conselho é a secretária municipal de Cultura e Turismo de Campinas, Alexandra Caprioli.
Prestes a comemorar 250 anos, Campinas acompanha seus principais monumentos tombados (cerca de 105) se desfazer por falta de uma efetiva política de preservação. No ano passado, preciosidades históricas como o busto do Padre Anchieta (em frente ao colégio Carlos Gomes), o monumento da Companhia da Mogiana e o próprio monumento-túmulo de Carlos Gomes sofreram ataques.
REPARO
De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo existe uma proposta, ainda preliminar, de reposição de peças e monumentos depredados, furtados ou vandalizados. Com apoio do Condepacc, a proposta é reconstruir a obra em material sem interesse comercial.
“É de contar (proposta) com artistas que possam reproduzir as peças ou monumentos com materiais que mantenham a perfeição dos detalhes técnicos e históricos, mas que não despertem o interesse de criminosos, ou seja, reconstruir a obra em material sem interesse comercial”.
A educação das novas gerações para a preservação dos monumentos históricos é outra linha de trabalho a que a pasta de Cultura afirma estar se dedicando.
No mês Carlos Gomes, por exemplo, comemorado em setembro, há roteiros com as crianças pelos monumentos em homenagem ao maestro campineiro. Cerca de 1.400 alunos das escolas públicas participaram do roteiro.
SEGURANÇA E LIMPEZA
Quanto a segurança desses patrimônios, a Guarda Municipal informou que realiza patrulhamentos constantes e está atenta a quaisquer situações de vandalismo. “O trabalho envolve os guardas municipais das equipes do operacional, equipes de monitoramento e trabalho de inteligência”, informou.
As pessoas podem denunciar atos de vandalismo pelo telefone 153 da Guarda Municipal, informando características do suspeito para que os agentes de segurança possam identificá-lo e abordá-lo. O número fica disponível 24h.
Já a pasta de Serviços Públicos informou que faz a limpeza dos monumentos com frequência. “A limpeza das peças é feita de forma cuidadosa e com produtos especiais, porque o material dos monumentos não pode ser danificado ou alterado”. Há uma média de dez intervenções mensais, entre pichações e depredações.
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