A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou nesta quinta-feira (12) a primeira morte por dengue em Campinas neste ano. O boletim epidemiológico traz ainda o balanço que coloca 2022 como o segundo ano com mais casos de dengue desde 2016, mesmo levando em conta apenas os números de 1º janeiro a 11 de maio. Na comparação com todo o ano passado, a alta de casos chega a 76%. São 4.125 até agora, contra 2.349 de 2021. Foram confirmados também oito casos de chikungunya (seis importados e dois autóctones) e nenhum registro zika.
O primeiro óbito por dengue, apesar de confirmado nesta quinta-feira, ocorreu em 7 de abril, em um hospital particular de Campinas. Trata-se de uma mulher de 78 anos, moradora da região Leste, onde há menos casos de dengue no município. A região Sul é a que mais tem ocorrências, com 1.028 registros. Na sequência estão as regiões Norte, Noroeste e Sudoeste, com 995, 779 e 709 casos respectivamente. A Leste tem 614 confirmações.
A área atendida pelo Centro de Saúde Anchieta, na Vila Padre Anchieta, é onde há o maior número de registros de dengue: 290 neste ano. Em segundo lugar aparece a região do CS Barão Geraldo, com 216. Depois vem o CS Conceição, no Jardim Conceição, com 202.
A maior epidemia de dengue registrada em Campinas ocorreu em 2015, com 65.634 confirmações. Os números despencaram nos três anos seguintes e voltaram a subir em 2019, quando houve 26.330 casos. Em 2020 foram 3.965 e em 2021, 2.349 – anos de pandemia e isolamento social. Em 2019 foram seis vítimas fatais da doença. Em 2020 e 2021 houve uma morte a cada ano.
Trabalho
A Prefeitura de Campinas informou que de 1º de janeiro de 2020 a 30 de abril deste ano, as equipes de saúde realizaram 1.385.541 visitas a imóveis para controle de criadouros. No mesmo período, 391.655 construções localizadas em áreas de transmissões foram nebulizadas. Levantamento do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), diz a Prefeitura, indica que 80% dos criadouros estão dentro de casa.
A coordenadora do Programa Municipal de Arboviroses, Heloísa Malavasi, lembra do trabalho intenso, sobretudo nas áreas de maior incidência, mas observa que “a reposição de criadouros é muito grande e isso dificulta a interrupção da transmissão”, afirmou.
Prevenção e sintomas
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar acúmulo de água, latas, pneus e outros objetos. Os vasos de plantas devem ter a água trocada a cada dois dias. É importante, também, vedar a caixa d’água. Os vasos sanitários que não estão sendo usados devem ficar fechados.
Os sintomas da dengue são febre alta, dores nas articulações, nos músculos, atrás dos olhos, dor de cabeça, náuseas, perda de apetite, manchas avermelhadas, entre outros.
“Muitas vezes esses sinais se confundem com outras doenças, inclusive a covid-19. Por isso é importante procurar um serviço de saúde para fazer o diagnóstico e seguir as orientações adequadas ao caso”, disse a diretora do Devisa, Andrea von Zuben.