Depois de registrar um aumento de 25% ao longo do primeiro semestre do ano, o preço dos combustíveis entra em julho com previsão de um novo aumento esta semana.
O presidente do Recap, o Sindicado do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região, Flávio Campos informou hoje (5), que a partir de amanhã (6), os postos já deverão começar a receber carregamentos com preços 16 centavos mais caros para a gasolina e pouco mais de 10 centavos para o litro do diesel.
Esses valores – ou ao menos parte deles – diz o dirigente, serão repassados ao consumidor final. Quando o repasse vai começar, diz ele, vai depender do estoque que cada posto.
Pesquisas divulgadas nesta segunda-feira tanto do IPTL ( Índice de Preços Ticket Log), quanto pela ValeCard mostram que o preço do litro da gasolina comum nos postos brasileiros foi 25% maior em junho deste ano, na comparação com o preço praticado em dezembro do ano passado. O preço médio da gasolina registrou aumento pelo 13º mês seguido.
O etanol, por sua vez, apresentou aumento de 36,3%, segundo a pesquisa. O IPTL é um índice de preços de combustíveis que tem como base os abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados. A Vale Card abrange 25 mil postos. Existem perto de 41 mil postos de combustíveis no Brasil.
O motorista campineiro sentiu no bolso esse aumento. Levantamento publicado pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostra que no período entre 27 de junho a três julho, o preço do combustível variou muito em Campinas, mas sempre num patamar elevado.
Houve postos de combustíveis na cidade em que o preço da gasolina foi de R$ 5,179 nesse período, mas também havia lugares onde o preço chegou a bater em R$ 5,699. O etanol chegou a ser vendido nos postos da cidade por preços que variaram de R$ 3,799 a R$ 4,597.
Segundo o diretor do Recap, a média de preço em Campinas fica em torno de R$ 5,2 ou R$ 5,3. “A cidade tem 180 postos e esses valores muito mais altos são exceção”, diz.
Ele atribui as altas sucessivas a dois fatores. Diz que tem relação direta com o preço do petróleo no mercado internacional e a taxa de câmbio que não para de subir. Sobre o etanol, ele diz que repassa a versão que recebeu dos usineiros. “Eles dizem que houve quebra de safra este ano”, afirma.
Campos, no entanto, critica a alta incidência de impostos sobre os produtos. Para ele, o imposto cobrado pelo governo faz toda a diferença na composição do preço final.
Regiões
Tanto a gasolina quanto o etanol apresentaram aumento de preços em todas as regiões do país, na comparação com o fechamento de maio, segundo as pesquisas das duas empresas.
O aumento mais significativo para ambos os combustíveis foi registrado no Nordeste, de 2,11% para a gasolina, e 5,54% para o etanol – que nos postos nordestinos foi encontrado pelo maior preço médio do País, a R$ 5,163. A gasolina mais cara foi comercializada no Sudeste e no Centro-Oeste, a R$ 5,966.
O etanol mais caro do País, no entanto, foi encontrado no Rio Grande do Sul, a R$ 5,750. Já o combustível com menor preço médio esteve em São Paulo, a R$ 4,222.