Eduardo Martins
Gustavo Magnusson
Após uma espera de nove meses, tempo que corresponde ao maior intervalo sem jogos entre as equipes desde o período de cinco anos entre 2013 e 2018, segundo hiato mais longo da história, o clássico campineiro entre Ponte Preta e Guarani volta a ser disputado na noite deste domingo (21), às 18h (Band), no estádio Moisés Lucarelli, com torcida única da equipe alvinegra, seguindo determinação do Ministério Público que vigora desde 2019.
Válido pela 7ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, exatamente como o último duelo vencido pelo Guarani no Majestoso há 14 anos, o Dérbi 205 coloca em jogo um tabu que resiste desde junho de 2009, quando os dois rivais do futebol campineiro apareciam juntos no G4, com o Bugre na liderança e a Macaca em terceiro. Desta vez, no entanto, os times chegam ao confronto em partes diferentes da tabela.
O Guarani venceu pela última vez no estádio Moisés Lucarelli no dia 20 de junho de 2009 e tenta acabar com o jejum de 14 anos sem conquistar os três pontos na casa da Macaca. Ao longo desse período, foram nove partidas no Majestoso, com três empates e seis derrotas.
Abrindo a zona de rebaixamento, com apenas cinco pontos em seis jogos, a Ponte Preta não vence há duas rodadas e vem de derrota por 3 a 0 para o Londrina, sofrida no último domingo (14), no Estádio do Café, precisando vencer para sair do Z4. Já o Guarani, à beira do G4, com 12 pontos conquistados, derrotou o Sampaio Corrêa por 2 a 0 na rodada passada, no Brinco de Ouro, e busca o quinto triunfo na competição para retomar seu lugar no grupo de acesso.
Apesar do mau momento vivido atualmente dentro de campo, a Ponte Preta espera manter e assim ampliar o tabu que já dura exatos 13 anos e 11 meses sem derrota para o maior rival dentro do Majestoso, tempo recorde de invencibilidade da equipe alvinegra como mandante em toda a história do clássico.
Duelo particular de treinadores campineiros
O clássico entre Ponte Preta e Guarani coloca em lados diferentes do campo dois técnicos jovens, ambos campineiros, com pouco tempo de trabalho à frente de suas respectivas equipes, e que estão prestes a viver pela primeira vez a experiência de trabalhar em um Dérbi Campineiro.
Filho do ex-volante e ídolo da Ponte Preta, Marco Aurélio Moreira, que integrou o lendário esquadrão alvinegro vice-campeão paulista de 1977, Felipe Moreira vive a segunda experiência como treinador efetivo da Macaca, agora aos 42 anos. Na ocasião anterior, no início de 2017, ele durou apenas oito jogos.
Nova aposta da diretoria pontepretana, Felipe Moreira deixou a equipe sub-20 e assumiu o comando do time principal da Macaca no dia 19 de abril, portanto há pouco mais de um mês, logo após a saída do técnico Hélio dos Anjos, responsável pela recondução da equipe à elite estadual e pela conquista do título da Série A2.
Em cinco jogos desde então, Felipe Moreira possui apenas uma vitória, além de dois empates e duas derrotas. Ele só não estava na derrota por 3 a 0 para o Vitória, na estreia da Série B, que foi justamente o último jogo de Hélio.
Do outro lado, o técnico Bruno Pivetti, também nascido e criado em Campinas, é torcedor bugrino desde a infância e vai realizar o sonho, aos 39 anos, de estar à beira do campo pela primeira vez no jogo mais importante do futebol da cidade.
Com mais experiência e rodagem que Felipe Moreira, o profissional chegou ao Bugre no dia 27 de março deste ano e, até o momento, conquistou quatro vitórias nas seis primeiras rodadas da Série B, sendo derrotado nas outras duas oportunidades.
Como vem a Ponte?
Com uma semana inteira de trabalho para preparar a equipe para o clássico deste domingo (21), o técnico Felipe Moreira contará com o retorno de suspensão do volante Felipe Amaral para o lugar de Felipinho, expulso na rodada passada. O restante do meio-campo deve ser formado por outros três principais pilares da equipe: Léo Naldi, Matheus Jesus e Elvis.
Preservado na derrota para o Londrina porque estava pendurado, evitando assim correr o risco de tomar o terceiro cartão amarelo e perder o clássico contra o Guarani, o centroavante Jeh também está de volta e é presença confirmada na referência do ataque pontepretano.
Artilheiro da equipe alvinegra na temporada, com 11 gols, ele ainda busca marcar o seu primeiro gol na Série B.
Além disso, o atacante Pablo Dyego também volta a ficar à disposição da comissão técnica pontepretana e deve formar dupla de ataque com Jeh. No caso de Pablo, foram dois jogos afastado dos gramados devido a um problema muscular. O jovem atacante Eliel, no entanto, segue fora de combate por motivo de lesão.
Como vem o Guarani?
Em busca da vitória no Dérbi 205, o Guarani conta com o retorno do volante Wenderson para o clássico contra a Ponte Preta. O atleta cumpriu suspensão automática na última rodada, volta a ficar à disposição da comissão técnica e deve ser titular.
Em contrapartida, o zagueiro Alan Santos sofreu lesão na panturrilha direita na derrota para o Juventude e se tornou dúvida para o jogo. Se ele não puder atuar, a tendência é que Iván Alvariño forme dupla mais uma vez com Lucão no setor defensivo. Volante de origem, o argentino também pode atuar no meio-campo na vaga de Matheus Barbosa, por opção técnica, caso Alan Santos seja titular na zaga na partida decisiva.
Também no meio-campo, Régis está confirmado como titular e será o responsável pela armação das jogadas do Guarani. O camisa 78 é ídolo da torcida, marcou o gol da vitória sobre a Ponte Preta no Dérbi 200, em 2021, e disputa o primeiro clássico campineiro desde o retorno ao Bugre, em abril deste ano.
No ataque, Bruno Mendes segue recuperação de problema na panturrilha e pode ficar à disposição para o Dérbi 205. Querido pela torcida alviverde, o atleta não entrou em campo na última rodada, na vitória sobre o Sampaio Corrêa. Apesar do possível retorno do camisa 9, existe a possibilidade de Derek ser mantido como titular no comando do ataque. O atleta é o artilheiro da equipe na Série B, com três gols marcados.
Também no setor ofensivo, a tendência é que Bruno José e Bruninho sejam mantidos como titulares por opção da comissão técnica. Fundamental para o Guarani nas primeiras rodadas do torneio nacional deste ano, Isaque deve ficar como opção no banco de reservas para entrar em campo no segundo tempo da partida decisiva.
FICHA TÉCNICA – DÉRBI 205:
Ponte Preta: Caíque França; Luiz Felipe, Mateus Silva, Fábio Sanches e Artur; Felipe Amaral, Léo Naldi, Matheus Jesus e Elvis; Pablo Dyego e Jeh. Técnico: Felipe Moreira.
Guarani: Tony; Diogo Mateus, Iván Alvariño (Alan Santos), Lucão e Mayk; Matheus Barbosa (Iván Alvariño), Wenderson e Régis; Bruno José, Bruninho e Derek (Bruno Mendes). Técnico: Bruno Pivetti.
Data: 21 de maio (domingo), às 18h (Band).
Local: Estádio Moisés Lucarelli, Campinas (SP).
Árbitro: Wagner Nascimento Magalhães (RJ) – FIFA.