Fome e sede frequentes, vontade de urinar, fraqueza e cansaço estão entre os principais sintomas das pessoas com diabetes. Segundo especialistas, nesta segunda-feira (14), Dia Mundial da Diabetes, é fundamental o foco na prevenção e o diagnóstico precoce para que os tratamentos sejam mais eficientes.
A doença não é restrita a idosos ou mesmo adultos. Inclusive, na infância são necessários cuidados especiais. Isso porque tem chamado atenção dos profissionais de saúde os casos de obesidade infantil, relacionados à falta de atividades físicas e aos maus hábitos alimentares.
O consumo exagerado de açúcar correlacionado a outros fatores, entre eles o estilo de vida e o histórico familiar, pode trazer sérios danos à saúde, como câncer e diabetes tipo 2, o diabetes mellitus. O diagnóstico do diabetes é realizado por meio de exames de sangue, que medem os índices glicêmicos do organismo.
Especialistas explicam que o diabetes ocorre quando o pâncreas não produz suficientemente o hormônio insulina. Esse hormônio é que auxilia o organismo a transformar o açúcar (ou glicose) em energia.
Rosane Kupfer, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), alertou que as causas da doença são diversas. “As péssimas escolhas alimentares que o mundo está fazendo, principalmente esse estilo de vida ocidental, onde se vê que está crescendo muito a obesidade, muita gente com sobrepeso, muita gente com pré-diabetes, que é uma categoria de altíssimo risco para ficar diabética”.
Pessoas que não têm nenhum fator de risco devem fazer uma glicemia anual após os 45 anos. “Tem que fazer exame de sangue porque diabetes é uma doença que não apresenta sintomas, pelo menos no início. Isso não quer dizer que ela não esteja fazendo mal por dentro (do organismo)”.
As pessoas que fazem exames de rotina todo ano percebem quando ocorre aumento da glicose e se preocupam, salientou. O problema, disse Rosane, são as pessoas que não se cuidam, não fazem exame para verificar se são diabéticas. Alertou que indivíduos com alto risco para diabetes, que têm casos da doença na família, que são hipertensos, que têm sobrepeso ou obesidade, e mulheres que tiveram diabetes na gestação, devem fazer exame anual acima dos 35 anos de idade.
Por essas razões, Rosane analisou que não se pode mais restringir a mobilização de combate à doença ao mês de novembro e ao Dia Mundial do Diabetes. Ela acredita que é preciso ampliar as ações, mobilizar a sociedade e fazer campanhas fora de época, além de cobrar por mais políticas públicas que garantam o acesso à saúde e a um tratamento de qualidade. O tema da campanha de conscientização deste ano sobre a doença é “Acesso ao cuidado para o Diabetes”.
Segundo Rosane, o diabetes não tem cura. “Por isso é tão importante fazer o diagnóstico precoce. Quanto mais precoce o diagnóstico e o controle, menos problemas a pessoa vai ter”.
As consequências de um diabetes mal controlado incluem problemas cardiovasculares, principal causa de mortalidade na doença; problemas na retina, podendo levar até mesmo à cegueira; problemas renais, cuja maior causa de diálise entre adultos é o diabetes; problemas arteriais nos membros inferiores; amputações; neuropatias. “Então, tratando cedo, precocemente, dificilmente a pessoa vai ter essas complicações”, afirmou.
Os principais tipos de diabetes
– Diabetes tipo 1
O diabetes tipo 1 pode se desenvolver em qualquer idade, embora muitas vezes apareça durante a infância ou adolescência. A causa do diabetes tipo 1 ainda é desconhecida, mas já se sabe que há uma questão ligada ao sistema imunológico, que normalmente combate bactérias ou vírus nocivos, e que passa a atacar e destruir as células produtoras de insulina no pâncreas. Por este motivo, com pouca ou nenhuma insulina, o açúcar passa a se acumular na corrente sanguínea.
– Diabetes tipo 2
O diabetes tipo 2 é o mais comum e representa cerca de 90% dos casos diagnosticados. Embora possa se desenvolver em qualquer idade, é mais comum após os 40 anos.
No diabetes tipo 2, as células se tornam resistentes à ação da insulina e o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente para superar essa resistência. Em vez de se mover para as células em busca de energia, o açúcar passa a se acumular na corrente sanguínea.
Acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenhem um papel importante no desenvolvimento do diabetes tipo 2.
– Diabetes gestacional
O diabetes gestacional (DG) ocorre durante a gravidez e pode desaparecer após o nascimento do bebê. Algumas alterações hormonais nesse período podem diminuir a ação da insulina no organismo. Esse desequilíbrio pode causar o DG.
O DG pode ser assintomático, por isso é importante que as gestantes fiquem de olho em sua saúde e realizem o pré-natal adequadamente.