O governo francês vai destacar 40 mil policiais para impedirem distúrbios por receio de novos protestos noturnos contra a morte de um jovem pela polícia em Nanterre, Paris, na terça-feira passada. “Vamos fazer todo o possível para restabelecer a ordem”, destacou o ministro do Interior Gérald Darmanin, indicando que a mobilização das forças da ordem prevista para esta quinta-feira (29) é quatro vezes superior à força destacada na noite passada.
Nos distúrbios da noite de quarta-feira, 170 agentes ficaram feridos sem gravidade.
Fontes da Procuradoria disseram à Associated Press (AP) que a Justiça francesa poderá iniciar uma investigação por “homicídio voluntário” do jovem atingido mortalmente a tiro por um policial em Nanterre na terça-feira.
O procurador de Nanterre, Pascal Prache, afirmou que, com base numa investigação inicial, concluiu que “não estavam reunidas as condições legais para a utilização da arma” por parte do agente.
Foram nomeados dois magistrados para conduzir a investigação, acrescentou Prache, que pediu a prisão preventiva do agente que alegadamente disparou contra o jovem.
A decisão sobre a medida de coação deve ser tomada por outro magistrado.
O advogado da família do jovem vítima do disparo, Yassine Bouzrou, disse que pretende que o agente da polícia seja processado por homicídio em vez de homicídio involuntário.
O morte do jovem de 17 anos, durante um controle de trânsito na terça-feira, captado pelas câmaras de vigilância, fez aumentar as tensões há muito existentes entre os jovens e a polícia nos bairros de baixa renda da França.
Os primeiros confrontos contra a polícia eclodiram na noite de terça-feira nos arredores de Nanterre, em Paris, onde Nahel foi morto, tendo o governo destacado dois mil policiais para manter a ordem na quarta-feira, mas os atos de violência recomeçaram após o anoitecer.
O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou injustificáveis as “cenas de violência” contra as “instituições da República”, referindo-se aos distúrbios da última noite.
(Agência Lusa News)