Alguém descobre uma traição no casamento, se entristece e sente a dor daquela situação invadir toda a sua emoção. Outra pessoa ouve do médico que tem cerca de três meses de vida e a partir de tal sentença clínica sente a dor da alma, da incerteza e a insegurança sobre seu desfecho. Há ainda aquela pessoa que perdeu tudo o que tinha no jogo por ser refém do vício e ao se dar conta disso chora sentindo a dor da perda dos seus bens. Não podemos nos esquecer do telefone que toca e é atendido pela mãe, esta recebe, sem devaneios, a notícia de que sua filha foi assassinada…
Dores que tocam o corpo e a alma, a mente e o espírito. Dores Emocionais.
Se eu lhe perguntasse, a partir das situações que lhe descrevi acima: em quais delas há maior Dor Emocional? Como você reagiria? Eu, no seu lugar, em outras épocas, certamente iria escolher alguma delas, independente de qual fosse, mas com toda certeza iria eleger alguma dentre essas, dentre outras, dentre tantas que experimentamos em nosso cotidiano. Mas hoje, depois de vivenciar experiências psicológicas particulares, percebi que, na minha humilde opinião, não há dores emocionais maiores ou menores, não há dores emocionais mais fortes ou mais fracas, o que quero dizer é que não se compara dores.
Penso que comparar dores é tal como comparar quilos com litros; dor é dor e ponto! Quem sou eu para julgar dores? Se me permite o trocadilho: eu não sou um “julgador!”.
Há um dito popular que diz o seguinte: “Em cada cabeça, há uma sentença”. Eu continuo: em cada mente há experiências únicas, partindo de crenças e valores pessoais, partindo do modo com que cada indivíduo encara e interpreta os fatos da sua realidade. Hoje eu aprendi a abrir mão de julgamentos e críticas vazias, abdico de comparações inférteis e de atitudes como as de negligenciar e menosprezar a dor alheia, principalmente as emocionais, àquelas que não aparecem em nenhum exame de Raio X e que não passam com nenhum analgésico.
Dor não se mede, apenas se sente. Há as dores físicas, estas geralmente são visíveis por estarem interligadas com alguma parte do corpo quebrada ou machucada, mas as dores emocionais não são vistas a olho nu, são facilmente confundidas por terceiros como ‘frescura’, são comparadas tendo como base um viés de competição vitimista: quem é mais sofrido (a) merece maior atenção e benefícios por conta disso. Competição essa vazia e tola.
Sugiro não guardar e esconder a dor, ela precisa ser sentida, necessita ser vivenciada, só assim ela pode nos ensinar algo, nos transformando de dentro para fora, modificando o nosso Ser.
Com isso evitamos que ela ganhe forma e nos faça escolher o pior dos caminhos, o suicídio! Tente fazer a seguinte troca: ao invés de debochar, criticar ou comparar dores, opte por tentar senti-las, opte por fazer com que ela se dilua em um círculo de amizade, através de carinho e compaixão.
A Dor Emocional faz parte do conjunto de sentimentos da vida, não há uma pomada para ela, portanto acolha-a.
Thiago Pontes é Filósofo e Neurolinguísta (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial