Para um time que detinha o pior ataque da Série B, com apenas 17 gols em 30 jogos, média de uma bola na rede a cada 150 minutos, balançar o barbante três vezes apenas no primeiro tempo parecia ser algo bastante improvável, para não dizer quase impossível, mas a Ponte Preta enfim conseguiu quebrar essa barreira ofensiva logo na estreia do técnico João Brigatti, em um dos compromissos mais difíceis do campeonato.
Pena que a eficiente e surpreendente produção ofensiva na etapa inicial acabou não sendo suficiente para garantir os três pontos, já que a Macaca não conseguiu segurar a enorme vantagem no placar, sucumbiu à forte pressão do adversário e saiu de campo com um empate em 3 a 3 num jogo maluco de seis gols contra o Sport Recife, na última segunda-feira (9), na Ilha do Retiro, em Recife.
A Ponte Preta não fazia três gols em uma mesma partida desde o dia 25 de março, portanto há mais de seis meses, ainda sob o comando do técnico Hélio dos Anjos, quando aplicou 3 a 0 no XV de Piracicaba, com gols de Matheus Jesus, Jeh e Ramon Carvalho, no estádio Barão de Serra Negra, pelo primeiro jogo das semifinais da Série A2. A Macaca terminou conquistando o acesso e o título.
“Conseguimos analisar o Sport e isso se refletiu no primeiro tempo, fechando o setor defensivo e saindo no contra-ataque. Precisamos enaltecer a preparação durante a semana, principalmente dos atletas, com mudança de treinador e situações adversas na tabela”, celebrou o treinador.
Além das mudanças promovidas no ataque, com Jeh e Eliel escalados ao lado de Maílton, autor de dois gols, o novo comandante da Macaca também conseguiu embutir na equipe uma atitude diferente em relação às partidas mais recentes sob o comando do técnico Pintado, demitido no início da semana passada.
“Tivemos uma mudança de comportamento em relação aos dois jogos anteriores contra Mirassol e ABC, quando demonstramos muita apatia. Hoje foi uma equipe vibrante. É essa entrega que precisamos ter para a reta final”, pediu Brigatti.
“Mesmo saindo de 3 a 0, é preciso enaltecer o empate na Ilha. É um ponto favorável que dá moral para nossa equipe, voltando a confiança de que a gente pode ter um rendimento melhor”, avaliou o técnico João Brigatti.
Em entrevista coletiva concedida após o duelo com o Sport, resultado que deixou uma mistura de sensações positivas e negativas, João Brigatti reclamou de decisões da arbitragem e também atribuiu o empate sofrido à falta de atenção de alguns jogadores que saíram do banco de reservas.
“O árbitro prejudicou a Ponte, picotando o jogo a favor do Sport”, reclamou o treinador. Os pontepretanos também ficaram na bronca com o árbitro Wilton Pereira Sampaio em função dos mais de 10 minutos de acréscimos no primeiro tempo e do polêmico pênalti marcado a favor da equipe pernambucana na segunda etapa, além de uma possível paradinha no lance da cobrança que resultou no segundo gol do time da casa.
“Tomamos um gol ainda no fim do primeiro tempo, o que atrapalhou e deu moral para o Sport. Caímos no segundo tempo, o time cansou de tanto volume do adversário. Os atletas que entraram, com exceção do Samuel Andrade, precisam entrar mais ligados durante a partida”, cobrou Brigatti.
Faltando sete jogos para o fim da Série B, a Ponte Preta precisa de quatro vitórias para chegar ao número mágico de 46 pontos e se livrar do rebaixamento sem depender de ninguém. O próximo compromisso é contra o quinto colocado Atlético-GO, no próximo domingo (15), às 15h45, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. O duelo marcará o reencontro de João Brigatti com a torcida pontepretana.