Quiseram as circunstâncias históricas que o Hora Campinas nascesse sob a tragédia da maior crise sanitária em séculos, com o registro de 300 mil mortos no Brasil pela pandemia da Covid-19. Quis a história também que o Hora Campinas surgisse em meio a um processo contínuo de desacreditação do jornalismo profissional, numa sucessão de visões distorcidas, difusas e superficiais. É neste ambiente polarizado pela política e dilacerado pela dor que um novo veículo de comunicação pede licença para oferecer o que sabe fazer: jornalismo. Essencialmente jornalismo. Esse cenário, embaralhado por fake news de toda sorte, flerta ainda com a escuridão de movimentos antidemocráticos que tentam subjugar pela força e pelo grito. O Hora se propõe a combatê-los.
Diante do desgaste acumulado ao longo das últimas décadas e da crise severa da indústria da mídia, produtores de conteúdo foram obrigados a se reinventar para manter seus negócios e achar o seu público. A tecnologia foi – e tem sido – implacável com o setor, exigindo percepção e mudança, aliados de boa hora das melhores práticas de gestão, em qualquer segmento. Essa transformação é inexorável – e muito bem-vinda. A sociedade mudou e novos arranjos foram arquitetados. Este é um contexto evidente de que não cabe mais ao comunicador ser porta-voz exclusivo do processo informativo.
Nesta nova dinâmica, cabe a ele zelar pelo ecossistema que criou e ser um moderador deste fluxo, recorrendo aos pilares fundamentais do exercício jornalístico, um ofício que jamais poderá ser declinado, sobretudo em ambientes de gigantesco conteúdo disponível, em todas as plataformas.
Neste sentido, o Hora Campinas deseja ser um catalisador da informação de qualidade, produzindo um noticiário que seja relevante para os leitores/internautas da região. Não será um papel meramente distribuidor, mas sim um veículo que se esforçará para contextualizar a notícia, lançando análise e luz a temas complexos e a assuntos de grande interesse público.
Uma plataforma como o Hora não pode – e nem deve – ser uma espécie de hub de disparo em massa de notícias. Esse papel já é feito por milícias digitais que tumultuam o ambiente democrático, confundindo a opinião pública e acentuando a disseminação do ódio.
Sobre esse ponto, o portal jornalístico que entra hoje no ar tem uma visão bastante clara do ringue virtual: não vai estimular as ofensas, não vai dar espaço para a intolerância, não vai permitir a incivilidade e, sobretudo, vai criar pontes para um debate saudável, civilizado e equilibrado.
É neste contexto que vale reforçar aos internautas e leitores o perfil de total independência do Hora Campinas. Ele nasce por meio de uma iniciativa de jornalistas comprometidos com o melhor de nossos ofícios, desejosos de oferecer uma alternativa ao conteúdo noticioso disponível. Para isso, um grupo buscou viabilizar-se em startup inovadora para publicar reportagens exclusivas, análise e temas plurais. O conteúdo analítico, aliás, será o carro-chefe. Não haverá uma briga insana pela publicação frenética do hard hews, mas sim uma curadoria prévia que valorize a informação. Que ela faça sentido.
O Hora Campinas não está sozinho. E isso já está sendo demonstrado com a etapa de pré-lançamento nas redes sociais do veículo e na calorosa recepção de parceiros, seguidores e apoiadores. Além de oito jornalistas mobilizados diariamente para a sua execução, o portal conta com oito colunistas nesta primeira etapa, profissionais com larga experiência na profissão. Eles formam um mosaico de criticidade, profundidade e temperança, colocando seus pontos de vista sobre temas complexos ou com que exigem a leveza de seus olhares. Outros colaboradores virão brevemente.
No conceito escalável de uma startup, o Hora projeta agregar ao seu projeto, por etapas, outros recursos multimídias de interação e difusão de conteúdo, como podcasts, lives e programas de uma TV experimental. Independentemente de seu perfil tecnológico e versátil, o veículo se sustenta em bases sólidas do jornalismo convencional, aquele que busca sempre a transparência e a compreensão.
O Hora considera que a credibilidade é parte integrante e indissociável de sua missão, como deveria ser a honestidade, por exemplo, nestes tempos de profundo desapreço aos comportamentos republicanos, seja na esfera pública ou privada.
Além disso, o Hora Campinas reforça o seu compromisso por oferecer um conteúdo de valor moral elevado, eticamente concebido para ajudar a comunidade a tomar as suas decisões e formar a sua opinião. Neste momento de tensão social e divisão do País, o Hora pretende contribuir com um jornalismo civilizado, elaborado com equilíbrio e bom-senso. Dele não se abrirá mão, assim como da essência da vida democrática e do diálogo como único caminho possível para o entendimento coletivo.