Em resposta ao novo pacote de sanções imposto pelos Estados Unidos devido à guerra na Ucrânia, a Rússia respondeu nesta sexta-feira (19) proibindo a entrada no país de mais de 500 cidadãos norte-americanos, entre os quais o ex-presidente Barack Obama.
“Há muito que Washington devia ter entendido que nem um único ataque hostil à Rússia ficará sem uma dura resposta”, assegurou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo num comunicado.
Entre os alvos das sanções russas, figuram governantes, congressistas e senadores eleitos em novembro de 2022 e também diretores e administradores de empresas da indústria militar que fornecem armamento à Ucrânia.
A lista inclui os membros dos órgãos de segurança do Estado federal que “perseguem os dissidentes” e dá como exemplo os participantes no assalto ao Capitólio (sede do Congresso norte-americano), ocorrido em janeiro de 2021.
Também foi proibida a entrada em território russo de especialistas e analistas de instituições norte-americanas que “participaram na difusão de notícias falsas sobre a Rússia”, jornalistas e conhecidos apresentadores de televisão, como Jimmy Kimmel e Stephen Colbert.
O MNE russo considera que as sanções impostas à Rússia procuram causar o maior dano possível ao país, uma vez que afetam tanto funcionários do Estado como cidadãos comuns, pelo que Moscou continuará a aplicar o princípio de reciprocidade em caso de sanções ou medidas discriminatórias contra os seus nacionais.
Também volta a cancelar a visita consular ao jornalista do Wall Street Journal na prisão, Evan Gershkovich, acusado de espionagem, depois de um grupo de jornalistas russos não ter obtido vistos para acompanhar o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, na sua viagem a Nova Iorque para participar em reuniões no Conselho de Segurança da ONU.
Os Estados Unidos impuseram a Moscou um novo pacote de sanções que afeta cerca de 300 entidades, pessoas, embarcações e aviões envolvidos na guerra de agressão russa na Ucrânia.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, precisou num comunicado que estas sanções, anunciadas no âmbito da cimeira do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo) em Hiroshima, no Japão, têm como alvos os setores energético, da defesa, mineiro e tecnológico e pessoas que estão a ajudar a Rússia a aumentar a sua produção e capacidade energética.
As sanções atingem também as pessoas envolvidas no transporte e deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia e territórios ucranianos ocupados pelos russos, como a comissária dos Direitos Humanos da Rússia, Tatiana Moskalkova.