Muitos podem não se lembrar, o que é até justificável, mas os torcedores com memória mais afiada que assistiram aos 90 minutos de fraco futebol do Dérbi 201, disputado na noite da última sexta-feira (17), no estádio Moisés Lucarelli, provavelmente devem ter sido transportados de volta ao dia 9 novembro de 2019, data do último clássico campineiro com presença de torcedores antes do início da pandemia de Covid-19.
Assim como empataram sem gols há pouco menos de 24 horas, Ponte Preta e Guarani não saíram do zero no encontro de quase dois anos atrás, em jogo também válido pelo segundo turno da Série B, só que no Brinco de Ouro. À época, as duas equipes protagonizaram um jogo modorrento e com poucas chances claras de gol. Mesmo assim, o goleiro Ivan saiu como o principal responsável pelo placar inalterado. Perceba que essa descrição condiz perfeitamente com o que se viu na sexta (17) dentro das quatro linhas.
Em novembro de 2019, cobrindo o clássico ao lado dos colegas da editoria de Esporte do Correio Popular, em minha primeira semana de trabalho no jornal, decidimos eleger Ivan como o grande personagem do Dérbi 195, afinal foram pelo menos três importantes intervenções, especialmente no primeiro tempo. Na principal delas, o arqueiro se esticou de forma fenomenal para evitar o gol bugrino, em lance de cabeceio de Rondinelly que tinha o ângulo como destino.
Desta vez, o jovem goleiro de 24 anos foi fundamental na etapa final da partida, com uma impressionante defesa à queima roupa após finalização do centroavante bugrino Lucão do Break, sozinho dentro da pequena área, aos 27′ do segundo tempo.
Em novembro de 2019, Ivan prolongou a invencibilidade pontepretana de sete anos sem perder para o Guarani, que seria quebrada no Dérbi seguinte, em março de 2020, com vitória bugrina por 3 a 2 de virada, no Brinco de Ouro, no primeiro dos seis clássicos com portões fechados, devido às restrições impostas pelo coronavírus.
Agora, em setembro de 2021, Ivan não apenas garantiu um ponto importante para a Ponte Preta como manteve vivo o tabu de 12 anos sem derrota da sua equipe para o maior rival dentro do Moisés Lucarelli. Quando esse tabu chegará ao fim?