O Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo enviou um ofício ao governo do estado alertando para situação crítica no abastecimento de oxigênio em 120 municípios. Segundo o documento, essas cidades podem não ser capazes de atender a demanda crescente pelo insumo dos pacientes com covid-19. Nesta quarta-feira (31), porém, o governador João Doria garantiu que não faltará oxigênio a nenhum município.
Doria anunciou a compra e o início da distribuição de dois mil cilindros de oxigênio para os municípios de todas as regiões do estado. Serão entregues 216 unidades ainda hoje. Além disso, foram comprados também mil concentradores de oxigênio, que são aparelhos utilizados de apoio para pacientes menos graves, o que permite que os respiradores possam ser utilizados nos pacientes mais graves.
O levantamento do conselho aponta para a falta de cilindros de oxigênio e concentradores usados para aumentar a quantidade de oxigênio oferecida aos pacientes. Doria, no entanto, insiste que não haverá desabastecimento. “Oxigênio não falta e não faltará em São Paulo. Temos usinas e abastecimento ”, disse em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (31).
“O que nós precisamos é de cilindros, para que esses cilindros posam chegar até a ponta”, disse João Doria
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, o governo estadual tem atuado para garantir o abastecimento de cilindros de oxigênio aos pequenos municípios, que têm tido mais problemas em obter os recipientes. “Foi criada uma força tarefa, há dez dias, para que nós não só tivéssemos o oxigênio disponível para essas pequenas cidades que têm dificuldades para captar os cilindros, mas até por uma questão logística”, ressaltou.
O Governo de SP entrou em contato com todas as universidades para verificar a disponibilidade de cilindros. O município de Registro já recebeu 16 equipamentos da Unicamp no final de semana.
Novas usinas
Na cidade de São Paulo, a prefeitura entregou nesta quarta-feira (31) a primeira de 19 usinas de oxigênio que serão instaladas na capital paulista. A unidade vai funcionar no Hospital Municipal Capela do Socorro, zona sul da cidade.
As outras unidades devem entrar em operação até o final de abril. Juntas elas terão capacidade de produzir 9 mil metros cúbicos de oxigênio por dia, o que equivale a 900 cilindros. O volume é suficiente para abastecer 596 leitos de enfermaria e 211 de unidades de tratamento intensivo (UTI).
Ajuda
Na última semana, grandes empresas já aderiram ao chamamento para um esforço conjunto no fornecimento de cilindros de oxigênio para os pacientes graves contaminados pelo coronavírus.
A Ambev vai montar uma usina exclusivamente dedicada ao envase de oxigênio na região de Ribeirão Preto, para fornecimento gratuito ao setor público de saúde, em especial hospitais municipais.
A Copagaz e Ultragaz também se comprometeram a realizar a adaptação da frota, já utilizada no transporte de botijões de gás, para a distribuição dos cilindros que forem doados, assim como para a logística de abastecimento das unidades de saúde. O acordo de disponibilização da frota também será realizado sem custos para Estado e municípios.