Estudo divulgado pelo Observatório da PUC- Campinas traça perspectivas otimistas para o trabalho de enfrentamento da pandemia do coronavírus em Campinas. Segundo a análise de dados – feita por professores especialistas da universidade – a redução no volume de internações e a diminuição no número de pacientes à espera por leito que vêm se verificando nos últimos dias, são indícios de uma melhora no quadro geral.
“Temos indícios consistentes de melhora na situação em Campinas e região”
“ Depois de praticamente dois meses de seguidas pioras nos indicadores de evolução da epidemia, temos neste momento, indícios consistentes de melhora na situação de Campinas e região”, diz a nota do Observatório.
Segundo os analistas, os dois principais indicadores que respaldam essa avaliação são o número de novas internações de pacientes suspeitos ou confirmados para Covid-19 e o tamanho da fila de pacientes aguardando um leito de internação em Campinas.
“O aumento de 22% no registro de óbitos em Campinas nesta semana (semana terminada no dia 10 de abril), levando a um novo recorde, reforça o momento de intensa circulação do vírus nas últimas duas semanas do mês março, período que, aparentemente, poderá vir a ser identificado como o “segundo pico” da epidemia em Campinas até o momento”, dizem.
O estudo identificou que o número de novas internações no DRS-Campinas (formado por 42 municípios) nos últimos sete dias, pela primeira vez em sete semanas, foi inferior ao da semana anterior. Nesta semana epidemiológica 14 (até 10 de abril), foram 1.753 internações nos últimos sete dias contra 2.202 na semana 13.
“É importante ressaltar que ainda é um patamar de novas internações muito elevado. Mas se essa tendência se mantiver nas próximas semanas, a pressão sobre o sistema de saúde irá diminuir progressivamente”, avaliam os analistas.
A fila de espera por leito chegou a ter 122 pacientes em março. Chegou a cair para 34
A fila de espera por um leito de UTI-Covid em Campinas chegou a 122 pacientes em 25 de março, mostra o estudo. No dia 01 de abril, eram 94 pacientes; e no dia 9 de abril, segundo último dado disponibilizado pela Prefeitura, 26 pacientes aguardavam leito de UTI. Ontem (14) o número era de 34. “As taxas de ocupação de leitos intensivos públicos seguem ainda próximas a 100%, mas a demanda por novos leitos vem diminuindo”, constatou o estudo.
Apesar disso, os técnicos fazem um alerta.
“ São números que trazem alguma esperança por dias melhores, mas de forma alguma são números que trazem conforto. Já aprendemos ao longo de mais de um ano de pandemia que não há espaço para relaxamento das medidas de prevenção, e seguimos apreensivos com a possibilidade de novo aumento de casos devido às aglomerações do feriado no início deste mês de abril.”, diz a nota.
“A sobrecarga aos serviços de saúde ainda é muito grande, e o número explosivo de óbitos que tivemos em março e que ainda aparecerá neste mês de abril pode ser explicado em parte por esse colapso no sistema de saúde.”, finaliza a nota
A semana 14
O estudo que abrange até a semana 14 – encerrada em 10 de abril – mostra que Campinas e Jundiaí estão entre as cidades com maior índice de mortes por Covid-19 por grupo de 100 mil habitantes, do Departamento Regional de Saúde – o DRS\ Campinas, grupo formado por 42 municípios.
Segundo o estudo, os dois municípios também estão no grupo dos 25% com maiores taxa de mortalidade no estado de São Paulo, com corte de 185 mortes por grupo de 100 mil habitantes.
DRS-Campinas ainda é o segundo em número de casos e mortes no Estado
Segundo o estudo, o DRS-Campinas é o segundo em número de casos e óbitos, atrás, apenas, da Grande São Paulo. Até 10 de abril, foram notificados 285,5 mil casos e 7,8 mil mortes no DRS-Campinas – uma taxa de letalidade de 2,74%.
Na Região Metropolitana de Campinas (RMC) – que é formada por 20 municípios – foram 203,6 mil casos e 5,8 mil óbitos – letalidade de 2,85%. Já a cidade de Campinas havia registrado 70,7 mil casos até aquele momento, com 2,6 mil óbitos – letalidade de 3,74%. Veja mais em https://observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19/.