Há pelo menos quatro anos, a febre amarela não faz parte da lista de preocupações sanitárias do campineiro, que focou esforços no combate a outra arbovirose bem mais presente, a dengue, e se concentrou em vencer o vírus da Covid. A ocorrência do primeiro caso no estado desde 2020, em uma cidade a 120 quilômetros de Campinas, no entanto, trouxe a febre amarela novamente à pauta no município.
O Plano Municipal de Contingência para o Enfrentamento das Arboviroses Urbanas – 2023/2024, apresentado na última terça-feira (31) pela Prefeitura de Campinas, reuniu um grupo de trabalho mais robusto, com mais membros, representando novos organismos da Administração Municipal. E a febre amarela está entre as preocupações desse novo grupo.
O Plano 2023/24 inclui um capítulo sobre a febre amarela, doença também transmitida por mosquitos e que voltou a preocupar no País e no Estado de São Paulo.
Recentemente foram notificados casos positivos em primatas na região de Uberaba (MG). Em 23 de janeiro foi registrado o primeiro caso humano do Estado de São Paulo neste ano, no município de Vargem Grande do Sul: um homem de 73 anos, não vacinado e morador da zona rural. Ele já recebeu alta.
A última notificação de febre amarela em Campinas ocorreu em 2018. Um caso foi confirmado em uma pessoa infectada em outro município. Quatro pacientes suspeitos de terem contraído a doença foram descartados. Em 2017, sete suspeitos de febre amarela foram notificados entre moradores de Campinas. Um destes casos foi confirmado com local provável de infecção no Distrito de Sousas. Os outros seis casos foram descartados.
O primeiro caso de febre amarela registrada no estado de São Paulo desde 2020 foi confirmado pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo.
Segundo a secretaria, o caso foi identificado em um homem de 73 anos, morador da zona rural da cidade de Vargem Grande do Sul. A secretaria informou que, junto com a Secretaria Municipal de Saúde, está atualmente realizando uma investigação epidemiológica na cidade.
O que é
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, que é causada por um vírus. Esse vírus é transmitido pela picada de um mosquito silvestre, que vive em zona de mata, e não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os sintomas iniciais da febre amarela são febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.
A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 15% podem apresentar um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolver uma forma mais grave da doença, que pode levar à morte.
A doença pode ser prevenida por meio de vacina, que está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A vacina é a melhor forma de prevenção da doença.
Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, a cobertura vacinal contra a doença está baixa no estado, em torno de 64%. É importante que a cobertura vacinal seja alta para evitar a possibilidade da doença se alastrar e se transformar em uma epidemia.