Um prêmio nas mãos e várias ideias na cabeça. Foi assim que as seis alunas do ensino fundamental da Escola Estadual Professora Leila Mara Avelino, de Sumaré, voltaram de Pomerode-SC, onde participaram da Feira Brasileira de Iniciação Científica (Febic). Seus projetos ficaram entre os destaques do evento e agora elas planejam voos mais altos. Participar de novas feiras e investir em tecnologia e parcerias para a divulgação de suas pesquisas estão nos planos. As meninas têm entre 12 e 14 anos de idade e cursam o 7º e 8º anos.
“Animais Gritam por Socorro” ficou em primeiro lugar na categoria ciências humanas do ensino fundamental anos finais. Já “Bullying e Cyberbullying entre Nós” ganhou o prêmio destaque em desenvolvimento de novas tecnologias. No total, mais de 300 projetos de estudantes de várias partes do Brasil e também do Exterior foram apresentados na Febic. A fase final, que foi presencial e contou com 185 trabalhos, aconteceu de 7 a 11 de novembro.
Com a premiação, as meninas foram credenciadas a apresentarem seus projetos em outras feiras científicas, como a Expo Nacional MILSET Brasil, em Fortaleza, e a Infomatrix, em Araranguá-SC. Para conseguir realizar as viagens no próximo ano, elas buscam patrocínio.
“Animais gritam por socorro” levanta a questão do uso de cobaias animais para testes nas indústrias de cosméticos. E também chama a atenção para um selo de certificação contido em algumas embalagens que comprova a utilização de testes alternativos por parte de algumas marcas. O trabalho já ganhou projeção em outras feiras científicas e foi destaque em plataformas que encorajam crianças e adolescentes a transformarem suas realidades.
O assunto chegou a ser bastante debatido em grupos de estudos promovidos pelas estudantes Hevellin dos Santos, Joice Polotto e Larissa Domenique, autoras do trabalho. Agora, elas pretendem ampliar a divulgação do projeto para conscientizar o maior número de pessoas, principalmente o público jovem. “A ideia é desenvolver um aplicativo que possa informar e servir de direcionamento para consumidores”, afirma Hevellin. “Fazer parcerias com outras instituições de ensino também é uma ideia.”
Já Daniela Pasqualin Roxo e Giovanna Santos, autoras do projeto “Bullying e Cyberbullying entre Nós” falam em desenvolver um site. “Meu irmão estuda programação e queremos fazer uma parceria com ele”, diz Daniela. O trabalho levanta o debate sobre o bullying e busca, por meio da conscientização, reduzir essa forma de agressão no relacionamento entre os jovens.
O projeto “Mulheres na Sociedade”, de Valentina de Oliveira, também esteve na fase final da Febic, mas não foi premiado. Isso, no entanto, não desanimou a aluna, que pretende seguir em seus estudos sobre o assunto. “Meu foco principal é verificar como a política interfere na luta pela igualdade de gênero. Há muitas pesquisas e debates a serem feitos.”