A Prefeitura de Campinas publicou decreto estabelecendo pagamento de adicional emergencial e de plantões fora de escala para médicos que trabalham em centros de saúde (CSs) abertos aos finais de semana. Diante da epidemia de dengue, a Secretaria de Saúde começou a aplicar na semana passada um esquema de funcionamento ampliado para receber pacientes com sintomas da doença.
A medida pode beneficiar 337 médicos. O pagamento irá ocorrer desde que sejam respeitados o teto estabelecido pela Administração e o limite de 44 horas semanais.
O decreto tem validade enquanto Campinas permanecer em situação de emergência para a dengue. A cidade declarou esta condição em outro decreto definido em 7 de março.
Como é o esquema dos CSs
Dez CSs abriram neste sábado, 30 de março, com horário ampliado para receber pacientes com sintomas de dengue. O objetivo é reforçar a assistência à população e, ao mesmo tempo, reduzir a demanda por atendimentos na Rede Mário Gatti.
As unidades funcionaram das 7h às 17h e a Secretaria de Saúde repete o esquema especial aplicado pela primeira vez no sábado passado, quando foram atendidos 1.071 pacientes. Outras três que tradicionalmente abrem das 7h às 13h permanecem com este horário.
Por outro lado, a Pasta revisou o planejamento para este domingo, 31, e todos os 68 CSs do município permanecem fechados. Isso porque, no domingo anterior, o CS São Bernardo ficou aberto neste período ampliado e recebeu somente 124 pessoas ao longo do dia.
A avaliação é de que a demanda nesta proporção poderia ser recebida pela Rede Mário Gatti, sem provocar impactos significativos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos prontos-socorros dos dois hospitais municipais, direcionados para média e alta complexidade. Além disso, a reorganização gera economia.
Mutirão
Agentes de saúde da Prefeitura de Campinas e voluntários realizaram neste sábado, 30 de março, o 9º mutirão contra a dengue em 2024. A ação ocorreu em 10 bairros da cidade e recolheu resíduos durante os trabalhos para limpeza e eliminação de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. O balanço da ação sai na segunda-feira, dia 1 de abril, mas a expectativa era visitar 6 mil imóveis.
Os bairros percorridos foram Vila 31 de Março, Parque Brasília, Vila Lafayette Álvaro, Jardim Boa Esperança, Vila Tofanello, Jardim Madalena, Jardim Conceição, Jardim Líria, Parque Imperador e Jardim Flamboyant.
“Esse trabalho de enfrentamento à dengue acontece todos os dias com as equipes de agentes de saúde e a equipe dos agentes da empresa contratada. Aqui na região, desde quarta-feira para cá, já foram 300 toneladas de lixo retiradas. Agora, nos finais de semana, a gente soma voluntários, soma todo o esforço da Prefeitura”, explica o prefeito de Campinas, Dário Saadi.
A Prefeitura realizou neste ano nove mutirões, incluindo um regional, para orientar a população e retirar criadouros do mosquito transmissor.
Contudo, em cada ação, quase metade dos espaços são encontrados inacessíveis pelos agentes por estarem fechados, desocupados ou em virtude de impedimento dos moradores.