“Queridinho do Brasil”, o Fusca faz parte da história de vida de Yuri Silva e Rodrigo Ramos Costa. Ambos não se conhecem, mas em comum nutrem uma paixão especial por esse veículo que durante 30 anos foi produzido no Brasil. Yuri resgatou seu Fusca depois de quase três décadas de separação, e Rodrigo terminou uma longa reforma no seu chamorso automóvel ao estilo californiano.
Esses dois e outros quase 300 amantes do famoso fusquinha participam do Fest Fusca, que começou neste sábado e se estende até as 17h desse domingo de Páscoa, no gramado do Centro Cultural, em Jaguariúna. Além do Fusca, outros antigões da Volkswagen também completam o evento, que ainda tem mercado de pulgas, espaço kids e praça de alimentação.
Um dos organizadores, Valdinei Pezini, contabilizou cerca de 280 inscrições de expositores para o evento desse ano. São Fuscas vindos de diversas cidades da região, como Jarinu, Amparo, Pedreira, Mogi Mirim, Embu das Artes.
“Essa é a quarta edição e cada vez mais reunimos expositores diferentes. A paixão pelos carros da Volkswagen começou desde pequeno, quando meu pai tinha Kombi, Brasília, Fusca. Desde os meus 12 anos participo desses eventos”, relata Pezini.
De Indaiatuba veio o Fusca 64 de Rodrigo Costa. Após oito anos em uma funilaria em Minas Gerais, e muita pergunta da família e amigos sobre quando o carro seria então apresentado a todos, o charmoso deu o ar da graça. Teto solar, retrovisores Albert, rebaixado e com uma tintura especial, feita exatamente com a fórmula de um Fusca 1955.
“Meu primeiro carro foi um Fusca, quando consegui comprar aos 15 anos. Era um modelo 1965, e depois de reformá-lo, vendi. Na hora me arrependi. Então comprei esse daqui, e não vendo mais”, garantiu o comerciante.
Já o piloto de avião Yuri Silva, recorda que ganhou seu primeiro Fusca em 1995, quando tinha 18 anos. Mas, como queria um carro mais potente, vendeu o fusquinha um ano depois para comprar um Santana. “Passados 28 anos bateu uma curiosidade para saber onde tinha ido parar esse Fusca. Depois de muita procura achei, em Araraquara, todo mal-cuidado”, relembra.
Comprou novamente o mesmo Fusca e, agora, a missão será reformar o modelo 1984. Durante o evento, o fusquinha do Yuri recebe diversas assinaturas dos visitantes, como um verdadeiro “livro de visitas”.
História curiosa com seu primeiro carro, Yuri contou uma boa.
“Em 1996 cheguei em uma cidadezinha de Minas, onde morava a minha avó, e dei um cavalo de pau em frente à igreja. O paralelepípedo estava molhado e então foi aquela derrapada. A cidade parou pra ver quem era o forasteiro que chegou fazendo arruaça. Logo a polícia me parou, perguntou de quem eu era parente e disse o nome da minha avó. ‘Você é sobrinho de fulano (delegado)?’. Disse que sim e os policiais rasgaram a multa e pediram para nunca mais fazer aquilo”.
Veja imagens dos Fuscas no evento (por Gustavo Abdel)