O corpo do ganhador da Mega-Sena morto em Hortolândia, Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, será enterrado nesta sexta-feira (16), às 13h30, no Cemitério da Saudade em Sumaré. A informação foi confirmada pela administração do cemitério. O velório acontece desde de manhã, em Hortolândia.
O delegado Kleber Altale, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter 9), em Piracicaba informou que ontem foram ouvidos familiares e amigos para traçar um perfil comportamental da vítima.
Segundo o delegado, como Dias não era casado e não tinha filhos, vivia com uma irmã e um irmão, seu núcleo familiar era composto por amigos. Ontem foram ouvis dois ex-sócios dele.
“Eles já eram amigos antes de ele ganhar o prêmio e depois disso abriram uma empresa de fabricação e importação de ferramentas. Mas ele saiu da sociedade no começo do ano”, explicou o diretor do Deinter 9.
Com base nos depoimentos, a polícia avalia que Dias permaneceu cerca de 20 horas em poder dos criminosos. Ainda de acordo com ele, as investigações continuam, assim como as diligências.
O CRIME
O assassinato de Jonas Lucas Alves Dias, 55 anos, premiado com R$ 47 milhões na Mega-Sena em 2020, foi motivado por dinheiro. Uma força-tarefa investiga o caso para tentar identificar o responsável pelo crime. Dias vivia no Jardim Rosolém, em Hortolândia, onde todos sabiam que ele tinha grande soma de dinheiro, e manteve os mesmos hábitos de antes do prêmio.
Juliana Ricci, delegada titular da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba, disse que há uma equipe especial para a investigação do caso e que o autor do crime sabia da condição financeira da vítima.
“Eu posso afirmar que (o autor) sabia que ele (vítima) tinha muito dinheiro, mas não especificamente que ele tinha ganho na Mega-Sena, mas que ele tinha dinheiro com certeza sabia, sim. Nós estamos ainda investigando e eu não vou fazer qualquer fala que indique juízo ou que atrapalhe as investigações porque ainda é muito prematuro falar em autoria”, disse a delegada.
O delegado João Jorge Ferreira da Silva, titular da Delegacia de Hortolândia, afirmou que nenhuma linha de investigação foi descartada.
“Assim que tivemos conhecimento dos fatos, com auxílio do Setor de Homicídios do Deic, começamos a fazer diligências conjuntas e já temos alguns indícios, mas é extremamente prematuro afirmarmos ou apontarmos alguma direção”, afirmou. O delegado ressaltou que não era segredo que a vítima tinha muito dinheiro. “No bairro que ele vivia todo mundo sabia que ele possuía um erário, não quanto, mas que era um numerário razoável”, explicou.
ENTENDA
O caso foi registrado como extorsão seguida de morte e é investigado pela Delegacia de Hortolândia, com apoio da Deic de Piracicaba, de acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública. A vítima havia ganho R$ 47 milhões na Mega-Sena em 2020.
Jonas foi encontrado com vida, às margens da Rodovia dos Bandeirantes, em Hortolândia, e apresentava sinais de espancamento. Ele foi socorrido ao Hospital Mário Covas, de Sumaré, mas não resistiu aos ferimentos. Uma viatura da AutoBAn, administradora do Sistema Anhanguera-Bandeirantes, o levou à unidade.
Seu irmão, de 65 anos, prestou esclarecimentos à polícia e relatou que o homem estava desaparecido havia um dia. A vítima teve aproximadamente R$ 20 mil retirados de sua conta bancária por meio de transferências bancárias e via PIX.
O seu cartão de débito também foi levado pelos suspeitos. Uma das tentativas de saque de sua conta foi de R$ 3 milhões.
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