Um comboio de ajuda humanitária entrou em Gaza neste sábado (21).
É a primeira vez que caminhões transportando suprimentos chegam ao local desde o início do conflito desencadeado há duas semanas, após ataques do Hamas contra Israel.
Cerca de 20 veículos passaram pela fronteira de Rafah com o Egito. O material de ajuda foi fornecido pelo Crescente Vermelho Egípcio e pela ONU.
Negociações intensas
A entrega acontece após dias de negociações profundas e intensas com todas as partes relevantes no conflito.
Os caminhões foram aprovados para cruzar e serem recebidos em Gaza.
O coordenador de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, disse estar “confiante de que esta entrega será o início de um esforço sustentável para fornecer suprimentos essenciais, incluindo alimentos, água, medicamentos e combustível ao povo de Gaza, de forma segura, confiável, incondicional e desimpedida”.
A passagem fronteiriça de Rafah é a única aberta com Gaza e centenas de caminhões aguardam na área para levar artigos essenciais para o enclave, onde os suprimentos estão acabando.
Griffiths disse que a precária situação humanitária em Gaza “atingiu níveis catastróficos” desde o início do confronto e é fundamental que a ajuda “chegue às pessoas necessitadas onde quer que estejam em Gaza, e na medida certa”.
“O povo de Gaza suportou décadas de sofrimento. A comunidade internacional não pode continuar decepcionando esta gente”, disse ele.
‘Necessidades muito maiores’
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, também anunciou que suprimentos médicos da agência cruzaram a fronteira, mas ressaltou que “as necessidades são muito maiores”.
Ele enfatizou a necessidade de passagem segura de comboios adicionais, proteção de todos os trabalhadores humanitários e acesso constante ao auxílio de saúde.
Em um comunicado, a OMS afirmou que os hospitais dentro de Gaza já atingiram o limite devido à escassez e esgotamento de medicamentos e suprimentos médicos.
A diretora de Relações Externas da Agência da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa Tamara Alrifai, disse que Gaza precisa de um “fluxo contínuo de ajuda”, juntamente com acesso humanitário seguro.
“Precisamos ser capazes de enviar nossos caminhões e enviar nosso pessoal e saber que eles não serão mortos, baleados ou capturados nesse meio tempo”, disse ela.
Unrwa já perdeu 16 dos seus funcionários nos últimos 12 dias.