O primeiro dia da greve dos aeronautas (profissionais que atuam no interior de uma aeronave, como o comandante (piloto), co-piloto, comissário de bordo, mecânico de voo, navegador e radioperador de voo), provocou apenas um atraso no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Henrique Hacklaender, informou, porém, que a greve que começou nesta segunda-feira (19) foi convocada para ocorrer todos os dias, sempre no início da manhã, entre 6 e 8 horas.
Em Viracopos, houve apenas um atraso por causa da paralisação. Segundo informou o terminal, um voo previsto para decolar às 6h10 com destino a Brasília e decolou 8h11.
Na capital paulista, a lista de atrasos foi bem mais extensa. Durante amanhã desta segunda-feira, foram registrados 38 atrasos e 5 cancelamentos de voos no Aeroporto de Congonhas, de acordo com levantamento feito pela Infraero.
A paralisação
Os aeronautas reivindicam recomposição das perdas inflacionárias, além de ganho real, tendo em vista os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas.
Reivindicam também melhorias nas condições de trabalho para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, como a definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações nas mesmas, além do cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos.
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) informou que no último final de semana foi apresentada uma proposta pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) que foi aceita pelas empresas aéreas, mas rejeitada pelos aeronautas. A entidade diz acreditar que as categorias profissionais podem defender seus interesses por todos os meios legítimos, desde que esgotada a via negocial e observada a legalidade.
De acordo com nota da SNEA uma nova decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ontem (18), determinou que o efetivo de 90% dos aeronautas trabalhando nos aviões seja mantido durante o período da greve.
A decisão diz ainda que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deve ser informada sobre os atrasos decorrentes da paralisação.