Um sono profundo e um sangramento no nariz do marido despertaram a atenção de uma mulher 80 anos, no Jardim Ouro Verde, em Campinas. Preocupada, ela chamou os vizinhos que, para a surpresa de todos, constataram que o homem estava sem vida. Durante três dias a mulher conviveu com o pedreiro Hélio de Noronha, de 64 anos, morto na cama do casal pensando que ele estava dormindo. O caso aconteceu na última segunda-feira.
Acionado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi até a casa e o óbito foi confirmado. A Polícia Militar (PM) e a Polícia Técnico-Científica também estiveram no imóvel, onde morava o casal e um filho da idosa de outro relacionamento, de 35 anos, que é usuário de drogas.
O Boletim de Ocorrência foi registrado no 9° Distrito Policial, no Jardim Aeroporto, como morte suspeita. Mas Graziela, filha do pedreiro do primeiro casamento, de 31 anos, quer que a Polícia Civil investigue e descubra a causa da morte. Graziela conta que seu pai já chegou a ser agredido pelo enteado em várias ocasiões e estava com marcas de ferimentos no rosto. Um outro filho da idosa afirma que o irmão não residia mais com o casal há dois meses.
A Polícia Técnica-Científica não encontrou sangue no imóvel e atestou que o pedreiro ficou morto entre três e quatro dias. O corpo foi sepultado na terça-feira, no Cemitério dos Amarais, com o caixão lacrado.
Hélio e a mulher viviam juntos há 30 anos e tinham filhos de relacionamentos anteriores que moravam nas proximidades. Segundo o filho mais velho da idosa, um motorista de 53 anos, o pedreiro era diabético, tinha pressão alta e vinha sofrendo com dores no quadril. Ele relatou também que as quedas dele da cama eram constantes.
De acordo com a família, o pedreiro sofreu múltiplas fraturas após uma queda enquanto consertava um telhado em novembro do ano passado. Depois de aproximadamente um mês, ele voltou a caminhar com dificuldades.