A organização do Jaguariúna Rodeo Festival realiza uma operação de buscas nos registros das 53 câmeras espalhadas pelo recinto na tentativa de identificar os agressores de Franciane Andrade, de 23 anos, que afirma ter sido vítima de violência sexual entre a noite de sábado (27) e a madrugada de domingo (28). A influencer, em depoimento nas redes sociais, contou que estava na festa, na companhia dos amigos, bebendo, e que depois acordou em uma rotatória próxima ao local do evento.
Nesta quarta-feira (01), Franciane esteve na Delegacia da Mulher de Mogi Guaçu, cidade onde mora. O depoimento durou cerca de três horas. A jovem também passou por exames no Instituto Médico Legal que, segundo ela, confirmaram o estupro. “O médico do IML disse que realmente houve estupro e que não saberia dizer se foi um, dois ou três que me agrediram”, contou em vídeo no Instagram.
Em comunicado, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) confirmou que o caso foi registrado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Mogi Guaçu (SP) e encaminhado para a Delegacia de Jaguariúna, onde o inquérito foi aberto por estupro. O processo segue em segredo, dada a natureza do crime.
Os organizadores do Jaguariúna Rodeo Festival informaram, por meio da assessoria de imprensa, que “toda a operação do evento neste momento está voltada para o esclarecimento do episódio relatado por Franciane e para a busca de elementos que ajudem as autoridades policiais a encontrarem os responsáveis pelo ocorrido.”
O departamento jurídico do JRF confirma que concentra esforços na operação de busca nos registros de imagem das 53 câmeras “para que se possa reconstituir o episódio e identificar os culpados”. “O JRF lamenta profundamente o ocorrido e presta solidariedade à Franciane, amigos e familiares. A organização reafirma seu compromisso com o bem-estar do público e repudia qualquer forma de abuso e discriminação, dentro ou fora dos eventos que realiza”, encerra o comunicado
O caso
Em depoimento nas redes sociais e no YouTube, Franciane relata que estava com amigos e que depois acordou em um trevo que fica perto do recinto da festa. Como sentia dores, na terça-feira procurou a polícia, fez um Boletim de Ocorrência e passou por exames no IML.
“Já chorei muito, acabei de correr atrás de BO, fui no IML e o doutor constatou que realmente houve estupro. Eu não sei o que fazer, que dor que estou sentindo, vocês não conseguem imaginar. Fiquei inconsciente, sem ver quem era. Paguei pelo camarote mais caro que havia na festa para me sentir mais segura e acontece isso comigo”, contou a estudante de veterinária, em vídeo.
Na sequência, em outro vídeo, a jovem confirmou ter sido procurada pela organização e pelo departamento jurídico do JRF e que eles prestam o auxílio necessário. “Não quero ficar marcada por isso, não quero mais ouvir minha chorando e perguntando ‘por que’”, escreveu Franciane, nesta quarta (1), nas redes sociais. “Estou aflita, estou sem forças, estou com medo”, concluiu.
A SSP informou que “diligências estão em andamento para esclarecer os fatos” e afirmou que mais detalhes não podem ser divulgados devido à natureza do crime.