Sondagem inédita realizada pela Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) aponta que a inteligência artificial (IA) está no radar de 79% da indústria região de Campinas. A IA está sendo utilizada por 22% das respondentes do levantamento; 22% das associadas estão projetando a sua utilização nos próximos meses/anos e 35% das indústrias sabem da sua necessidade, mas no momento não têm projeto para utilização. Apenas 21% das respondentes disseram não ter necessidade do uso da IA.
O primeiro vice-diretor do Ciesp-Campinas, Valmir Caldana, afirmou que a Sondagem Industrial indicou também que as empresas da região ainda “permanecem em compasso de espera, aguardando o arcabouço fiscal e a reforma tributária”. Os resultados da pesquisa, feita de forma on-line com as empresas associadas da entidade, foram apresentados nesta terça-feira (22).
O Ciesp-Campinas conta com 590 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 53 bilhões ao ano, gerando quase cem mil empregos.
Sobre os dados do uso da Inteligência Artificial nas corporações, o vice-diretor da Ciesp explicou que a pesquisa focando a inteligência artificial na indústria regional traz indicadores que se somam aos esforços do programa Jornada de Transformação Digital, desenvolvido pelo Ciesp estadual e que já beneficiou mais de 10 mil empresas, inclusive da região de Campinas.
“A pesquisa inédita do Ciesp-Campinas sobre inteligência artificial mostra a importância estratégica da sua utilização para modernizar e ampliar a competitividade da indústria. Temos diversos segmentos em nossa região (22% apontado pela pesquisa) que já utilizam a IA, tais como autopeças, alimentos e farmacêutico, entre outros. O potencial dessa ferramenta é claramente muito promissor”, acrescentou Caldana.
A Sondagem também focou nos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) das indústrias da região. Faltam linhas de crédito específicas para investimentos em P&D e profissionais qualificados para a área, respectivamente, para 14% e 7% das associadas. Já 21% das respondentes têm investimentos regulares em P&D e 29% delas afirmam que são esporádicos. 29% afirmou que não tem avaliação sobre esse tema.
O vice-diretor do Ciesp-Campinas destacou a alternância entre os principais índices apontados na pesquisa. O volume de produção em relação ao mês anterior permaneceu estável para 50% das associadas, enquanto o faturamento diminuiu para 43% das respondentes. Ele ressaltou que 93% das indústrias permaneceram com o número de funcionários estável em relação ao mês anterior.
Já o nível de inadimplência diminuiu para 86% e permaneceu inalterado para 14%. O nível de endividamento permaneceu estável para 79% das associadas. Caldana manifestou preocupação com custos das empresas com energia, água e transporte – permaneceram inalterados para 60% delas, mas aumentaram para 40% das indústrias. Os estoques de produtos finais permaneceram inalterados para 57% nesse período, também indicando o compasso de espera das empresas da região.
O nível de utilização da capacidade instalada de produção da indústria da região de Campinas, em agosto ficou entre zero% e 50% para 29% das empresas; entre 50,1% e 70% para 14% delas; entre 70,1% e 80% para 43% e entre 80,1% e 100% para 14%.