As internações de crianças por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em UTIs e enfermarias no SUS Municipal de Campinas já superam neste ano em quase três vezes as ocorridas no ano passado. Foram 486 internações no ano passado e 1.030 neste ano, considerando que os dados de dezembro de 2021 estão computados até o dia 14.
O aumento registrado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) municipal levou a Rede Mário Gatti a implantar nesta quinta-feira (16) mais sete leitos de UTI pediátrica no Hospital Municipal Mário Gatti e nos próximos dias serão mais três, totalizando 20, o dobro da capacidade atual, para atender a demanda crescente por leitos de terapia intensiva.
As internações de crianças nas duas primeiras semanas deste mês já são o dobro das ocorridas nos 30 dias de dezembro de 2020, informou a Prefeitura de Campinas.
A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas se reuniu com a Rede Mário Gatti nesta quinta-feira (16) para traçar medidas de enfrentamento ao aumento de ocorrências de doenças respiratórias. Entre as iniciativas, está prevista maior disponibilização de antivirais e de exames de antígeno (testes rápidos de Covid-19).
Além da ampliação de leitos de UTI pediátrica na Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar, a pasta está em contato com hospitais privados para a compra de leitos, como foi feito no pico da pandemia da covid-19.
Na Capital paulista, na primeira quinzena deste mês, os casos de atendimento respiratório já superam os de suspeita de Covid-19. Foram 46.557 casos de problemas respiratórios e 45.325 suspeitos de coronavírus.
Surtos epidêmicos de SRAG acontecem no Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Amazonas e Rondônia, o que não é comum para essa época do ano. Especialistas apontam relação com a baixa cobertura vacinal. Por causa da pandemia de covid-19, foi baixa a adesão à campanha nacional contra a influenza. Também argumentam que a flexibilização das medidas de restrição favoreceram a ação mais ampla do vírus da gripe.
Leitos em Campinas
“Essa reestruturação é necessária diante do aumento das doenças respiratórias em crianças. Estamos com muita dificuldade para garantir UTI para elas. Os nossos dez leitos de terapia intensiva pediátrica permanecem lotados desde o início do mês, em sua grande maioria, por crianças com idades abaixo de um ano e meio”, afirmou o presidente da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni.
Está programada, a partir de 15 de janeiro, a reconversão de dez leitos de UTI Covid para adultos no Complexo Hospitalar Prefeito Edivaldo Orsi (Ouro Verde) em dez de UTI pediátrica. Com essa reformulação, a Rede, que hoje conta com dez estruturas de terapia intensiva para crianças, passará a dispor de 30.
A Rede centralizará as internações de pacientes com Covid, que necessitam de UTI, na Unidade Hospitalar Mário Gatti-Amoreiras (antigo Metropolitano) a partir de janeiro. Na unidade são 15 leitos de terapia intensiva e 25 de enfermaria. O Hospital Ouro Verde manterá sua enfermaria Covid, com dez leitos.