A autoridade prisional de Israel confirmou esta madrugada a libertação de 39 prisioneiros palestinos, depois do movimento islamita Hamas ter libertado 13 reféns israelitas e quatro estrangeiros, no âmbito do cessar-fogo.
Na Cisjordânia ocupada, caravanas de carros com bandeiras dos vários movimentos palestinos desfilaram pelas ruas, escoltando um caminhão da Cruz Vermelha que transportava os prisioneiros libertados.
Em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, a libertação dos prisioneiros, todos eles mulheres e jovens com menos de 19 anos, foi celebrada de forma discreta perante um destacamento da polícia israelita.
Membros das forças de segurança israelitas, empunhando armas, eram particularmente numerosos junto à casa de Israa Jaabis, 39 anos, o nome de maior destaque na lista de 150 prisioneiros que Israel deverá libertar.
Em troca, o Hamas deverá libertar pelo menos 50 reféns israelitas durante os quatro dias de trégua.
A fotografia de Jaabis num tribunal israelita, com os dedos atrofiados e o rosto parcialmente queimado, é regularmente exibida em manifestações ou para ilustrar o sofrimento dos prisioneiros palestinianos.
“Tenho vergonha de falar de alegria quando toda a Palestina está ferida”, disse Jaabis aos jornalistas na casa da família, no bairro de Jabal Moukkaber, ao lado do filho Moatassem, de 13 anos.
“Eles [os israelitas] devem libertá-los todos”, implorou Jaabis, referindo-se aos prisioneiros palestinianos.
Israa Jaabis foi condenada a onze anos de prisão por detonar um botijão de gás que transportava na mala do seu carro numa barreira em 2015, ferindo um agente da polícia israelita.
A organização não governamental (ONG) Addameer, que ajudou Jaabis a conseguir um advogado, referiu que ela sofreu queimaduras em 50% do corpo. De acordo com as autoridades palestinas, a mulher precisa ainda de seis cirurgias.
No primeiro dia do cessar-fogo, o Hamas libertou 24 dos cerca de 240 reféns feitos durante o ataque de 07 de outubro contra Israel, que desencadeou a guerra. Os libertados em Gaza foram 13 israelitas, dez tailandeses e um filipino.