Várias semanas de chuvas fortes e inundações na região da África Oriental afetaram 637 mil pessoas e deslocaram 234 mil no Burundi, Quénia, Ruanda, Somália, Etiópia e Tanzânia, anunciou nesta quarta-feira (8) a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
“As inundações devastadoras e sem precedentes revelaram as duras realidades das alterações climáticas, ceifando vidas e deslocando comunidades”, descreveu a diretora regional para o Leste e Oriente de África da OIM, Rana Jaber. “À medida que estas pessoas enfrentam a difícil tarefa de reconstrução, a sua vulnerabilidade só se agrava”, acrescentou. “Neste momento crítico, continua a ser urgente enviar esforços sustentáveis para fazer face à mobilidade humana impulsionada pelas alterações climáticas”, disse ainda a responsável.
As chuvas torrenciais desencadearam uma série de catástrofes, incluindo inundações, deslizamentos de terra e danos graves em infraestruturas vitais, como estradas, pontes e barragens.
Os eventos causaram numerosas mortes e agravaram o risco de doenças transmitidas pela água, acentua comunicado divulgado pela OIM.
A África é altamente vulnerável às alterações climáticas, apesar de contribuir apenas com cerca de 4% das emissões globais de gases com efeito de estufa.
O Leste e o Oriente de África têm sido particularmente afetados por ciclos alternados de seca e precipitação intensa, mas este ano sofreu com chuvas mais intensas e as piores inundações registadas em décadas nos países impactados na região.
A OIM destaca ser “evidente” que os debates na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, que acontecerá na Alemanha, em junho, “devem incluir considerações sobre a mobilidade humana”. (Agência Lusa)