Faltando menos de uma semana para o início do futebol nas Olimpíadas de Tóquio, o goleiro Ivan, capitão da Ponte Preta, poderia estar contando os dias para a estreia na competição pela Seleção Brasileira, mas o destino traçou um roteiro diferente para ele. Recuperado da lesão no punho que impediu o sonho olímpico, o goleiro voltou oficialmente aos gramados na última segunda-feira (12), no empate por 1 a 1 com o Náutico, nos Aflitos. Ele não atuava desde outubro do ano passado.
“Quando terminou o jogo, a sensação foi como se tivesse sido a minha estreia, então realmente fiquei muito feliz. Ainda preciso ganhar mais ritmo, mas o importante é que pude retornar fazendo um jogo tranquilo e seguro, o que dá confiança e segurança para a sequência da competição. Quando você fica um longo tempo afastado, passam inúmeras coisas na sua cabeça, mas sou um cara muito positivo e sempre mantive o foco e os pés no chão para que, quando voltasse, atingisse o nível de antes da minha parada”, afirmou Ivan, que ficou fora de combate durante oito meses e meio após ser submetido a cirurgia para reparar lesão ligamentar no punho direito.
“Quando você fica um longo tempo afastado, passam inúmeras coisas na sua cabeça, mas sou um cara muito positivo e sempre mantive o foco”, afirmou Ivan
Durante os meses em que ficou no departamento médico, Ivan teve o nome ligado a transferências para clubes brasileiros como Bahia e São Paulo, mas ele garante ter ficado alheio a essa questão. “Sobre o interesse de outros clubes neste tempo em que fiquei afastado, podem ter chegado propostas ao meu empresário ou até para Ponte, mas eu me mantive 100% focado na recuperação. Eles sabiam como estava a minha cabeça, então por não ter caminhado para frente, não houve nada de concreto”, disse Ivan.
O jovem goleiro de 24 anos revelou detalhes sobre a sua extensa e intensa rotina de reabilitação. “Eu fazia fisioterapia de manhã, à tarde e muitas vezes à noite também, então eram três ou quatro períodos por dia. Cheguei a ir a São Paulo durante dois ou três meses para acelerar ainda mais a recuperação. O estafe da Seleção conversava com a comissão técnica e fisioterapia da Ponte para saber como eu estava, inclusive, eu agradeço essa atenção que todos tiveram por mim”, relatou Ivan.
Apesar de todo o esforço para apressar a volta aos gramados, o tempo foi implacável para Ivan, que acabou ficando de fora da lista de convocados do técnico André Jardine para as Olimpíadas. “Fiquei triste por ter machucado porque estava vindo em um momento muito bom e poderia ter tido inúmeras oportunidades positivas se não tivesse parado, então a frustração fica mais por causa da lesão, nem tanto por não ser convocado. O que importa é que eu estou feliz agora por voltar fazer o que eu mais amo, que é jogar futebol, além de dar sequência na minha carreira”, destacou.
“A seleção que o Jardine convocou é de altíssimo nível e tenho certeza que vai trazer coisas boas para toda a nação brasileira. Estarei torcendo muito para mais um ouro olímpico”, acrescentou Ivan. O Brasil estreia contra a Alemanha na próxima quinta-feira (22), às 8h30 (Brasília), no Estádio de Yokohama. O duelo marca a reedição da final da Copa do Mundo de 2002, no mesmo local, e da decisão dos Jogos Rio-2016, no Maracanã. O Brasil venceu nas duas ocasiões.
“Para um atleta chegar à Seleção, ele tem que fazer um ótimo trabalho no clube”, afirma Ivan.
Apesar do longo período de inatividade, Ivan espera retornar em breve à Seleção Brasileira. Em março do ano passado, ele chegou a ser convocado pelo técnico Tite, mas a chegada da pandemia causou o adiamento das rodadas das Eliminatórias. “O meu principal objetivo é manter a regularidade. Para um atleta chegar à Seleção, ele tem que fazer um ótimo trabalho no clube. Quando fui convocado para a Seleção foi assim. O meu principal objetivo é evoluir aos poucos para atingir o mais alto nível e, quem sabe, voltar a ser convocado para a Seleção principal um dia”, almeja Ivan.
Série B
Ivan não disputa uma partida oficial no Majestoso desde o dia 20 de outubro do ano passado, quando a Macaca foi goleada por 5 a 0 pela Chapecoense, que viria a ser a campeã da competição.
O goleiro Ivan também comentou sobre a situação complicada da Ponte Preta na Série B. A equipe do técnico Gilson Kleina ocupa a 18ª colocação da competição, com nove pontos e apenas uma vitória em 11 rodadas, mas defende seis partidas de invencibilidade.
“É importante não estar perdendo, mas sabemos que precisamos de vitórias porque não tivemos bons primeiros jogos. Pelo elenco que possui, a Ponte tem condições de brigar lá em cima, então é continuar trabalhando e mantendo os pés no chão. Tenho certeza que daqui a pouco a bola começa a entrar no gol adversário. Já tinha visto melhora nos jogos anteriores, mas a última partida contra o Náutico, jogando de igual para igual na casa do líder e criando inúmeras chances, nos trouxe ainda mais confiança e tranquilidade. Estamos há um tempo sem perder, mas que a gente possa transformar esses empates em vitórias, começando pelo próximo jogo contra o Remo”, pede Ivan.
A Ponte Preta recebe a equipe paraense neste próximo sábado (17), às 18h30, no Moisés Lucarelli. Ivan não disputa uma partida oficial no Majestoso desde o dia 20 de outubro do ano passado, quando a Macaca foi goleada por 5 a 0 pela Chapecoense, que viria a ser a campeã da competição.
Há quase uma década defendendo as cores da Ponte Preta, Ivan também comentou sobre a liderança natural que exerce, conferindo-lhe a braçadeira de capitão. “Já estou há um bom tempo no clube, são mais de oito anos, mas tem outros jogadores no elenco mais velhos e experientes do que eu, então acaba sendo uma troca de liderança”, concluiu.