Depois de ver equipes de Série B como Santos e Novorizontino fazerem frente ao Palmeiras nos últimos dias, o torcedor da Ponte Preta ficou ainda mais decepcionado pela forma como sua equipe acabou derrotada e eliminada pelo Verdão nas quartas de final do Campeonato Paulista. Também bateu aquela preocupação pelo estágio avançado de dois concorrentes diretos pelo acesso à elite nacional.
Apesar da incontestável diferença técnica entre os dois times, a Macaca se comportou de maneira excessivamente passiva contra a poderosa e multicampeã equipe do técnico português Abel Ferreira, o que acabou resultando numa das piores derrotas da história do clube alvinegro.
A goleada por 5 a 1 sofrida para o Palmeiras deixou o torcedor pontepretano indignado não apenas pelo resultado em si, mas também pela fragilidade que a equipe demonstrou durante os 90 minutos. E olha que o resultado ficou até barato, já que o adversário acertou duas bolas na trave e desperdiçou outras chances claras que poderiam ter resultado numa goleada ainda mais elástica.
Mesmo assim, o técnico João Brigatti segue confiante no trabalho desempenhado à frente da Ponte desde o fim do ano passado, quando assumiu o comando da equipe e a salvou do iminente rebaixamento à Série C. Depois disso, mesmo desacreditada pelas más campanhas recentes, a Macaca fez uma campanha digna no Paulistão, retornando ao mata-mata da competição após quatro anos, novamente sob comando de Brigatti, só que desta vez como um time recém-promovido da Série A2, com foco em evitar uma nova e trágica queda.
“Começamos o ano desacreditado por todos, mas colocamos a cabeça no lugar e trabalhamos forte para conquistar nosso primeiro objetivo, que eram os 12 pontos. Alcançamos a nossa permanência com muitas rodadas de antecedência e também conquistamos a classificação. Mas nos últimos dois jogos não entregamos nada do que se esperava do nosso grupo e isso foi um problema”, analisou Brigatti, fazendo referência também à derrota por 1 a 0 para o Santo André, um dos rebaixados à Série A2, na última rodada.
“O Palmeiras jogou da maneira que quis porque a Ponte não foi para o jogo, mas não é uma derrota que vai apagar o que fizemos durante toda a primeira fase. Entendo a chateação do torcedor, é lógico que dói e não foi do jeito que a gente queria, mas não se pode desfazer tudo aquilo que está sendo construído. Confio no elenco e sinto que estamos no caminho certo”, confia Brigatti.
“Na Ponte Preta, com o perdão da expressão, você precisa ralar a bunda no chão e se entregar na marcação. Não pode se dar ao luxo de ficar assistindo ao Palmeiras ou qualquer adversário jogar. Não conseguimos jogar em nenhum minuto desde o primeiro tempo e ficamos muito abaixo do que podemos entregar. Foi uma atuação desastrosa que não podemos repetir”, advertiu Brigatti.
Uma grande parcela da culpa pela eliminação vexatória da Ponte Preta para o Palmeiras no Paulistão recaiu sobre os ombros do treinador. Diante das críticas da torcida, especialmente por ter escalado o zagueiro Mateus Silva no lugar do boliviano Luis Haquín, que vinha sendo titular, Brigatti explicou que a opção foi técnica.
“Nós treinamos muitas situações de bolas aéreas, assim como foi contra o Corinthians, e optamos por aproveitar a estatura do Mateus Silva. A gente imaginava uma situação diferente do que aconteceu, mas a culpa não foi só do Mateus. Se o Haquin estivesse em campo, talvez não conseguiria evitar essa dificuldade da nossa defesa”, ponderou Brigatti.
Mateus Silva havia jogado como titular na vitória da Ponte por 1 a 0 sobre o Corinthians, em Itaquera, resultado histórico para o clube alvinegro, mas que acabou se provando bastante enganoso diante de inúmeras chances desperdiçadas pelo Timão, num duelo que poderia até ter antecipado a catástrofe que depois se sucedeu contra o Palmeiras.
“Nós perdemos muitos jogadores ao longo da competição, como Felipinho, Amaral e Léo Naldi, mas não deixamos de competir em nenhum momento. É claro que precisamos repensar muita coisa para a Série B, qualificar o elenco e principalmente mudar a nossa postura. O que aconteceu contra o Palmeiras não pode se repetir”, pediu Brigatti.
Apesar de perdas importantes antes e durante o Campeonato Paulista, o comandante da Macaca reiterou que não se trata de terra arrasada, mas destacou a necessidade de um elenco mais robusto para buscar o tão sonhado acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, o principal objetivo do clube na temporada.
“Não podemos jogar tudo por água abaixo. É difícil fazer contratações com o atual mercado, mas vamos precisar de um elenco mais forte e com mais peças. Se queremos mais na Série B, precisamos de mais no grupo também”, disse Brigatti.
Com mais de um mês de preparação para a Série B e a chegada de novos reforços para repor saídas, o técnico João Brigatti espera conseguir fazer o time dar um salto de qualidade para brigar pelo tão sonhado acesso na Série B. A competição começa no dia 19 de abril e a Macaca estreia contra o Coritiba, no estádio Moisés Lucarelli, ainda sem data definida.
“A Ponte Preta unida dentro e fora dos gramados vai fazer esse time disputar coisas importantes. O torcedor pode ficar tranquilo que vamos reforçar nosso elenco para que possamos fazer uma grande Série B”, tranquilizou Brigatti. “Precisamos qualificar o elenco como um todo. Acho que a nossa principal prioridade é buscar jogadores com mais experiências e canchados aos diversos cenários”, indicou o comandante da Macaca.
Desde a eliminação no Paulistão, a Ponte Preta já anunciou as contratações do zagueiro Joílson (ex-Água Santa), dos volantes Lucas Bochecha (ex-Inter de Limeira) e Dudu Vieira (ex-Santo André), além do atacante Éverton Brito (ex-Inter de Limeira).
A Macaca também já tem acertos com o goleiro William Assmann (Santa Cruz), o zagueiro Sérgio Raphael (Nova Iguaçu), o lateral-esquerdo Zé Mário (Inter de Limeira) e o atacante Matheus Régis (São Bernardo), mas esses quatro ainda não foram oficializados.