A jovem, hoje com 18 anos, condenada por matar a amiga Isabele Guimarães Rosa em 2020 com um tiro na cabeça, foi expulsa do curso de medicina da faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (16).
A decisão foi tomada após uma denúncia feita ao Comitê de Compliance da instituição. Após apuração, a faculdade esclareceu que foi constatado que a presença da aluna “gerou um clima interno de grande instabilidade no ambiente acadêmico”.
O Hora Campinas apurou que um grupo de mães teria se assustado com a presença da jovem nas aulas e pressionado a faculdade para fazer o desligamento da aluna. Os valores pagos pela estudante serão devolvidos. A mensalidade para o curso de medicina na Mandic custa cerca de R$ 13 mil.
O crime ocorreu em 12 de julho de 2020, em um condomínio de luxo em Cuiabá (MT).
Isabele Ramos Guimarães, então com 14 anos, foi atingida no rosto por um disparo de arma de fogo. A família da autora do disparo praticava tiro.
Justificativa para o desligamento
“Com base no Regimento Interno da Instituição e no Código de Ética do Estudante de Medicina, publicado pelo Conselho Federal de Medicina, a faculdade São Leopoldo Mandic decidiu pelo desligamento da aluna, assegurando a ela a apresentação de recurso, em atendimento aos princípios do contraditório e ampla defesa”, divulgou a instituição, em nota.
“A Faculdade tem como nortes a estabilidade de sua comunidade, a dignidade acadêmica e o respeito aos princípios éticos que regem o ensino superior, para o que se faz necessário afastar riscos à reputação e imagem da Instituição, construída ao longo dos últimos 30 anos”, completa.
A defesa da aluna expulsa não foi localizada para saber se ela irá recorrer da decisão.
O caso
A adolescente apontada como autora do disparo foi indiciada por ato infracional análogo a homicídio qualificado, imprudência e imperícia. Ela foi liberada em junho de 2022 da internação no Complexo do Pomeri, onde ficou por um ano e cinco meses.
Em 2023, a Justiça de Mato Grosso extinguiu o processo de medida socioeducativa da adolescente.
O Tribunal de Justiça do Mato Grosso extinguiu o processo após o “cumprimento integral da medida de liberdade assistida imposta”.
A autora dos disparos sempre sustentou que o tiro foi acidental. A versão da defesa alega que ao pegar a maleta com a arma, para guarda em outro cômodo da residência, houve a queda de uma das armas e o disparo ocorreu.
Em setembro do mesmo ano, a Polícia Civil de Mato Grosso (PCMT) concluiu, no entanto, que o tiro da arma de fogo que atingiu Isabele não foi acidental.