O suspeito de participar da agressão e ataque racista em um bar, em frente à Moradia da Unicamp, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, na última sexta-feira (6), teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, após passar por audiência de custódia. Ele tinha sido preso em flagrante, no mesmo dia, em Paulínia, junto de dois comparsas, depois de balear duas pessoas naquela cidade. Os outros dois detidos não ficaram presos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou nesta quinta-feira (12), o “homem de 43 anos que foi preso em flagrante por tentativa de homicídio, por volta das 23h50 da última sexta-feira (6), na Avenida dos Expedicionários, no bairro Jardim dos Calegaris, em Paulínia, passou pela audiência de custódia e segue detido em prisão preventiva”, informa a nota
“Diligências estão em andamento pelo 1º DP de Campinas e pela Delegacia de Paulínia para o esclarecimento dos fatos. Detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial”, completa o texto.
Depois do ataque no distrito campineiro, junto de outros dois homens, ele foi para Paulínia e atirou contra pessoas também em um bar. Uma delas foi atingida no abdômen e outra levou tiros na mão e no pé. Elas foram atendidas e receberam alta. O trio acabou detido em um terceiro estabelecimento.
Na última terça-feira, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) informou que já tinha conseguido identificar alguns participantes do ato racista em bar próximo à moradia da Unicamp, e investiga o caso.
A suspeita é de atuação de grupo neonazista.
“O MPSP abriu um procedimento, por meio da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos de Campinas, para apurar dano moral coletivo em decorrência de ato de racismo e identificar possível atuação de grupo neonazista”, informou o órgão.
O MPSP afirmou que suspeitos já foram identificados, mas não informou quantos. “Para não comprometer as apurações que estão sendo feitas, não serão divulgadas outras informações”, destacou.
Entenda
Um bar no distrito de Barão Geraldo em Campinas foi palco de agressão, ataques racistas e disparos de arma de fogo na última sexta-feira. Os envolvidos estariam utilizando símbolos nazistas. O estabelecimento fica na Avenida Santa Isabel, nas imediações da Moradia da Unicamp.
De acordo com relatos, um grupo com coletes de motoqueiros e suástica, parou em frente ao bar e fez gestos imitando macacos. Teve início uma confusão, com empurrão de pessoas negras e exposição de armas que estavam na cintura dos motoqueiros.
Eles ainda teriam agredido o dono do estabelecimento enquanto ele tentava proteger as pessoas que estavam no bar. Os agressores ainda teriam dado tiros para o alto para intimidar os presentes.
O bar tem funcionários negros e programação musical com temas africanos e djs negros. O ataque, inclusive, ocorreu durante a apresentação do DJ Eugênio Rodrigues, conhecido como O’Rosa. Em uma rede social, ele disse que foi registrado BO.
“A gente sofreu um atentado. Parou um carro preto com pessoas dentro. Arrumaram confusão com um cara ganense. Em deles pegou uma arma, deu tiros para o alto e depois apontaram para mim e para outras pessoas negras no local. Algumas pessoas disseram que eles estavam com símbolos nazistas”, disse.