Tentando virar a página de uma temporada marcada por muita angústia e sofrimento, que exigiu muitas mudanças dentro e fora de campo para 2022, a Ponte Preta sofreu um grande choque de realidade logo em sua estreia no Campeonato Paulista, sendo derrotada de forma incontestável por 3 a 0 pelo Palmeiras, atual bicampeão da América, na última quarta-feira (26), no Allianz Parque, em São Paulo.
Pior do que o resultado negativo, que poderia ter sido ainda maior não fosse a anulação polêmica de um gol palmeirense no fim do primeiro tempo e a falta de apetite do adversário na etapa final, a Macaca não conseguiu ser competitiva em praticamente nenhum momento e viu o plano de jogo ruir em menos de 30 minutos de jogo, com problemas de marcação, sucessivas falhas do goleiro Ygor Vinhas e pouco poder de fogo no setor ofensivo, restrito basicamente ao atacante Lucca. O desempenho alvinegro escancarou o tamanho das perdas do goleiro Ivan e do atacante Moisés, que deixaram o clube, além de evidenciar a necessidade de mais reforços.
No entanto, o técnico Gilson Kleina adotou um discurso realista sobre o nível das duas equipes, tanto em termos técnicos quanto de estágio de trabalho:
“A equipe que nós enfrentamos está em outro patamar, a verdade é essa. Sobre o nosso estágio, estamos ainda construindo. A gente está pagando por ainda estar em construção”, disse o treinador. “Mas eu tenho muita confiança nesse grupo e tenho certeza de que a equipe vai crescer e dar a volta por cima”, acrescentou ele.
“Está todo mundo chateado. Não era a estreia que nós nem o torcedor queríamos, mas eu tenho que ser real aqui. A gente enfrentou uma equipe com grande investimento. É inegável que o estágio que o adversário está é acima da média. Nós precisamos reconhecer isso”, salientou Gilson Kleina.
“O Palmeiras é uma equipe muito leve, muito rápida e que movimenta bastante. Eles têm um entrosamento que é nítido. Sempre tem três ou quatro para fazer a armação da jogada. É uma equipe que está com muita confiança”, analisou Kleina.
“Infelizmente, com 27 minutos do primeiro tempo, nós já estávamos perdendo de três. Não conseguimos jogar e tivemos muita dificuldade para ter as ações. Temos que lamentar o jeito que tomamos os gols. Foram gols de escanteio. Precisamos corrigir essa bola parada. No segundo tempo, encaixamos um pouco mais a marcação, conseguimos tirar o ímpeto do Palmeiras e tivemos mais trabalho de meio-campo”, valoriza Kleina.
Além da dificuldade em relação à qualidade do adversário, Kleina lamentou situações que prejudicaram a preparação de sua equipe para o complicado duelo de estreia:
“Nós trabalhamos uma situação, mas infelizmente o Pedro Júnior positivou para Covid-19, então colocamos uma dobra com o Igor Formiga”, justificou Kleina, que também revelou que o meia Thalles foi diagnosticado com coronavírus nesta semana.
“Tivemos atletas que chegaram de Covid e outros que pegaram Covid e tiveram que sair da pré-temporada. Pelo protocolo que nos foi direcionado, houve o isolamento e isso fez com que perdêssemos sete dias com cada atleta que teve essa situação, então eu acho que todos esses fatores nos levaram a esse resultado ruim”, aponta Kleina.
Bola pra frente
O comandante da Macaca prega cabeça erguida e foco total na partida contra a Inter de Limeira, no próximo sábado (29), às 18h30, no reencontro da torcida com a equipe no Moisés Lucarelli:
“Tenho que reunir os atletas, conversar e dar moral. É mobilizar e levantar a cabeça. No sábado, a gente tem que ter outra postura e comportamento para poder pontuar”, indicou Gilson Kleina.
“É uma derrota que vamos ter que assimilar, até porque no sábado temos um jogo importante. Não adianta fazer um jogo em cima do desespero. Vamos precisar de equilíbrio. É pedir o apoio do nosso torcedor, que é fundamental para uma equipe que está iniciando. Que a gente possa, a cada jogo, poder melhorar e evoluir para ter o resultado”, deseja Kleina.