Medalhista de bronze nas duplas femininas nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Laura Pigossi confirmou presença em Paris 2024 neste sábado (28), ao se classificar para a final de simples dos Jogos Pan-americanos Santiago 2023. A tenista superou a argentina Julia Riera de virada, por 2 a 1, com parciais de 4/6, 6/4 e 7/6 (5), e decidirá a taça contra outra hermana, Lourdes Carle, neste domingo (29), às 17h (de Brasília). A partida terá transmissão do Canal 2 – Adhemar Ferreira da Silva no YouTube do Time Brasil.
Para alcançar o resultado, Laura precisou ter paciência e controlar a mente. Isso porque, desde o início, Riera imprimiu ritmo forte e abriu 5/1 no primeiro set. A paulista de 29 anos reagiu e esteve perto de empatar a parcial, mas foi quebrada e largou em desvantagem na semifinal.
Já no segundo set, o cenário foi inverso. Pigossi começou bem e viu a oponente reagir. Com longas trocas, a partida parecia aberta, mas Laura foi segura nos momentos cruciais. A disputa seguiu apertada, com Julia pressionando no set decisivo. A brasileira não desistiu e forçou o tie-break. Nele, conseguiu abrir vantagem e encaminhar o triunfo suado e muito comemorado.
“Desde os Jogos de Tóquio eu entendi o que é a sensação de disputar os Jogos Olímpicos pelo meu país. É um sonho que eu sempre tive desde pequena, mas no Japão eu realmente consegui sentir aquilo com a alma e o coração. Eu prometi a mim mesma que eu voltaria em Paris 2024, sem depender de ninguém para isso”, comemorou a brasileira, minutos após após desabar em lágrimas.
Passada a euforia, a tenista também avaliou a partida contra a argentina e destacou os pontos fortes que a fizeram superar o nervosismo de toda uma semana. A atleta admitiu que precisou trabalhar mentalmente a questão do favoritismo.
“O jogo foi uma batalha. Eu não deixei de acreditar em nenhum momento e acho que isso fez completamente a diferença no final. Acho que no final não era nem questão de jogar mais pela direita, ou mais pela esquerda. Era jogar o coração dentro da quadra. Jogar pelo Brasil e jogar com energia, que eu acho que é uma das coisas que eu melhor consigo fazer, chamar o público e competir. Busquei chegar em todas as bolas e deu certo. Estou muito feliz e desabei de chorar, porque é um sonho se tornando realidade”, disse a atleta.
“Acho que em todos os jogos eu estava bem nervosa, porque sei que é uma oportunidade estar aqui. É muito difícil você vir para cá sendo a cabeça de chave número 1. Todas jogando sem pressão e você sabendo que todas vão jogar o melhor tênis delas contra você. Você tem a pressão, você é a jogadora a ser batida, então acho que eu consegui lidar muito bem com essa situação, mas não foi fácil. Mentalmente, fiquei muito forte durante toda a competição e espero conseguir seguir dessa maneira para a final, porque o meu objetivo aqui ainda não acabou”, disse Laura.