A longa espera para votar pegou de surpresa os eleitores de várias cidades de Campinas e região. Problemas com locais de votação, ausência de “cola” com os nomes dos candidatos, despreparo dos mesários e dificuldade de reconhecimento de biometria foram fatores que se somaram para determinar três horas ou mais resiliência dos eleitores. Em alguns locais, porém, faltou paciência e pequenos tumultos ocorreram.
Na seção de número 100 do Colégio Educap, em Campinas, policiais e fiscais foram chamados na tentativa de fazer a fila andar. Na Unicamp, eleitores também relataram longas horas de espera. O mesmo ocorreu em Valinhos, em colégios eleitorais em que habitualmente o pleito transcorria sem contratempos. Em Indaiatuba, houve seções que quase uma hora de espera. Relatos de demora se espalharam pelo país.
“Historicamente essa seção é vazia. Não me lembro de ter esperado mais de dez minutos para votar em qualquer das outras eleições”, relata Roselaine Fontana, de 56 anos, após esperar mais de duas horas no Colégio Educap, em Campinas. “Minha impressão foi de que o despreparo dos mesários contribui para a demora. Ainda que houvesse problema com a biometria, não existia iniciativa para tentar agilizar o processo. Por muitos minutos a cabine de votação ficava vazia e apenas um eleitor entrava por vez na sala”, conta.
Por volta das 13h, alguns eleitores pediram a presença de fiscais na seção do Educap. Um policial também compareceu para buscar esclarecimentos da mesa, na tentativa de acalmar os ânimos. A explicação foi que a biometria era responsável pela lentidão. “O sistema exige a impressão digital e quando não reconhece, é preciso tentar quatro vezes, para só então dispensar o procedimento. Isso causa demora”, contou o policial militar.
“Foi um caos votar hoje. Só filas e mais filas. Levei 1h40 na fila. A escola está muito lotada e com filas quilométricas. O que está atrapalhando é a biometria, que está muito demorada. Tinha muito mais gente que o normal”, reclama a contadora Delayne Cunha, que vota na E.E. professor Luiz Galhardo, no Jardim Cura D’Ars, em Campinas.
“A escola está muito cheia, com muitas filas para as seções. Tem muita gente reclamando da demora e também da biometria. Muita gente reclama que não cadastrou a digital, mas mesmo assim está sendo solicitada na hora do voto e isso está aumentando o tempo de espera. Nunca vi tanta gente nas seções”, diz a manicure Flavia Pereira, que vota na Escola Estadual Marcelino Velez, na Vila Padre Anchieta, em Campinas.
Em Valinhos, Francisco Paulo Sanches, de 60 anos, também se surpreendeu com a demora. “Notei que algumas seções mudaram de lugar, tinha muitas pessoas desorientadas, mas o que mais colaborou para a demora, na minha opinião, foi o fato dos eleitores não levarem cola e levarem muito mais tempo que o habitual para votar”, disse.
Em Hortolândia, vários eleitores também reclamam da demora para conseguir votar. Um deles é o coordenador de marketing, Eder Gonçalves.
“Eles criaram uma fila das seções e estão liberando de cinco em cinco pessoas para subir para as salas. Na verdade tem duas filas porque na hora em que chega na seção mesmo, na sala, tem outra fila de espera. Criaram duas filas e disseram que é para não ter fila longa e tumulto. É a primeira vez que estão operando dessa maneira. Nos outros anos era chegar e ir para a sala e votar. Só uma fila. Mas notei que esse ano tem mais gente. Antes eu não via tanto, mas agora tem muitos idosos também”, disse Gonçalves, que vota na EMEI Jardim Amanda I.
Horário
A votação deste domingo se encerra às 17h de Brasília. Segundo o TSE, o eleitor que estiver na fila até esse horário terá direito a votar, independentemente do tempo de espera.