Um desastre com um caminhão lotado de migrantes matou pelo menos 55 pessoas na última quinta-feira (9), no estado de Chiapas, no sul do México. De acordo com a Organização Internacional para Migrações (OIM) outros 100 ficaram feridos. O incidente foi o mais mortal no país desde 2014, quando a agência começou a documentar as mortes.
“O Acnur lamenta profundamente o acidente ocorrido, em Chiapas, no sul de Mexico, no qual 55 migrantes perderam a vida e mais de 100 ficaram feridos. O Acnur quer expressar nossas sinceras condolências aos seus parentes. Alternativas de imigração e caminhos legais são necessários para evitar tragédias como esta”, afirmou o porta-voz do Escritório da ONU para Refugiados (Acnur), no México, Pierre-Marc René, sobre a tragédia.
A OIM afirma que, apenas este ano, 651 pessoas morreram tentando cruzar a fronteira do México com os Estados Unidos. O número é o maior desde 2014. A tendência de alta persiste pelo mundo com 4,4 mil mortos em 2021.
A OIM explica que os casos devem aumentar até o fim deste mês já que os incidentes fatais só são catalogados semanas ou meses após as mortes. Embora a pandemia tenha reduzido a mobilidade humana, as mortes seguiram quase todos os dias. O Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular prevê ações para salvar vidas e realizar esforços coordenados contra migrantes desaparecidos, mas poucos Estados-membros implementam essas medidas ou têm políticas para reduzir os riscos enfrentados pelos migrantes.
Rotas
Segundo a OIM, o número de mortes e desaparecimentos aumentou, em muitas rotas migratórias em todo o mundo em 2021, incluindo Europa e Américas.
Nas Américas, mais de mil mortes foram registradas este ano, nível superior a outros anos.
Na América do Sul, quase metade das vítimas eram cidadãos venezuelanos.
Nas rotas de migração da Europa, foram mais de 2,7 mil vidas perdidas, atrás apenas do número de vítimas em 2018. A travessia do Mediterrâneo já causou mais de 1,3 mil mortos.
Já a rota do Atlântico para as Ilhas Canárias, também bateu recorde de óbitos na última década com 937 pessoas.
A fronteira terrestre entre a Turquia e a Grécia foi outro aumento: com pelo menos 41 vítimas.
(Agência ONU News)