Mais de mil corpos de civis estão atualmente em necrotérios na região de Kiev, disse nesta quinta-feira (21) o Governo ucraniano, que acusa as forças russas de terem “massacrado” centenas de pessoas durante a ocupação da região em março.
“São 1.020 corpos de civis, apenas civis, estão (em necrotérios) na região de Kiev”, declarou a vice-primeira-ministra ucraniana, Olga Stefanishyna, à agência de notícias France-Presse (AFP) na cidade de Borodianka, a nordeste de Kiev.
Desde a retirada das forças russas da região de Kiev no final de março, centenas de corpos de civis foram encontrados pelas autoridades ucranianas, que, juntamente com os países ocidentais, acusam a Rússia de “crimes de guerra”, situação que Moscou nega.
A vice-primeira-ministra esclareceu que este total representa todos os corpos de civis “descobertos em prédios, mas também nas ruas” na região da capital ucraniana desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.
Anteriormente, um oficial das forças militares ucranianas tinha afirmado, numa conferência de imprensa, que estes civis tinham sido “mortos ou torturados até a morte” pelos russos, sublinhando que especialistas forenses ainda estavam a examinar os corpos.
Em 3 de abril, a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, anunciou que 410 corpos de civis tinham sido encontrados na região de Kiev, território recuperado pelos soldados ucranianos às forças russas alguns dias antes.
Uma semana depois, em 10 de abril, Iryna Venediktova declarou que mais de 1.200 corpos tinham sido descobertos na mesma região, sem especificar se eram apenas civis.
Só em Bucha, cidade localizada a cerca de 30 quilômetros de Kiev, que se tornou um símbolo das atrocidades da guerra na Ucrânia, cerca de 300 pessoas foram enterradas em valas comuns, de acordo com outro relatório anunciado pelas autoridades ucranianas em 2 de abril.
As autoridades ucranianas continuam a descobrir corpos com regularidade e, nesta quinta, a polícia regional de Kiev afirmou ter encontrado mais nove cadáveres de civis em Borodianka.
“Essas pessoas foram mortas pelos ocupantes (russos) e algumas das vítimas mostram sinais de tortura”, disse o chefe de polícia local, Andrii Nebytov, numa mensagem publicada na rede social Facebook.