A Academia Brasileira de Cinema anunciou nesta segunda-feira (5) o filme que representará o Brasil na disputa por uma das cinco indicações ao Oscar 2023 na categoria Filme Internacional (que até 2019 se chamava filme estrangeiro). Trata-se de “Marte Um”, dirigido pelo mineiro Gabriel Martins e produzido pela Filmes de Plástico.
“Estamos vivendo um momento de muita honra e muita felicidade, a mim pessoalmente, pela Filmes de Plástico e por toda a equipe do filme, porque estamos abrindo portas”, afirmou Gabriel Martins logo após o anúncio.
A fala repercute o fato de que pela primeira vez no Brasil um filme de um diretor preto é escolhido para representar o País na maior premiação do cinema mundial.
Caso seja indicado, Gabriel Martins será o quarto diretor preto a ter um filme escolhido nessa categoria na história do Oscar. Os outros foram: Rachid Bouchareb (“Days of Glory, Dust of Life” e “Outside the Law”), Abderrahmane Sissako (“Timbuktu”) e Ladj Ly (“Les Miserables”).
“A escolha foi democrática. O filme trata de afeto e de esperança, da possibilidade de seguir sonhando em meio a tantas dificuldades econômicas e políticas”, afirmou Bárbara Cariry, presidente da comissão que selecionou o filme.
Segundo ela, “Marte Um” sintetiza bem o cinema brasileiro, “com qualidade narrativa e técnica, que vem sendo realizado hoje, representando a diversidade do País”.
O filme mostra o cotidiano de uma família da periferia no final de 2018 e no qual o garoto Deivid (Cícero Lucas), cujo pai sonha em vê-lo jogador de futebol, sonha ser astrofísico e participar de uma missão que, em 2030, irá colonizar o chamado planeta vermelho.
Por conta da indicação, a produção promete ampliar o número de salas que exibem o filme, que entrou em cartaz nos cinemas há doze dias. Leia abaixo a crítica do filme escrita por João Nunes e postada na coluna Sala de Cinema do Hora Campinas.
Bela fábula sobre o cotidiano e a grandiosidade do universo – Por João Nunes