A última missa de junho no Santuário Anglicano de São Jorge da Capadócia, em Campinas, que acontece a partir das 19h30 desta quinta-feira (29), incluirá um momento de celebração à diversidade. O ato é uma referência ao mês em que pessoas de diferentes orientações sexuais e identidades de gêneros reforçam suas conquistas e lutas por direitos. O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ foi celebrado nesta quarta-feira (28).
A expectativa é de que o santuário receba diversos líderes de diferentes religiões, como católicos, umbandistas, evangélicos, entre outros. A celebração será presidida pelo Reverendo Padre Pedro de Paula, que participou da 23ª Parada do Orgulho LGBT+ de Campinas no último domingo (25) e do encontro de religiosos do Axé na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) na segunda-feira (26).
“Vamos rezar e orar para que Deus cure as pessoas da homofobia, transfobia, ‘axéfobia’ e de todo tipo de preconceito”, diz o Padre Pedro de Paula, de 52 anos.
“Esta quinta-feira é Dia de São Pedro, apóstolo que recebeu de Jesus a missão de dar direção à igreja. E igreja é o lugar de amar, de receber e incluir, não de segregar”, argumenta.
O Santuário em Campinas fica na Rua Jaçanã, número 432, Vila Aeroporto.
A lembrança durante a missa do mês da diversidade será um momento de reflexão, segundo o reverendo. “Muitas pessoas são agredidas, maltratadas e humilhadas por causa de suas orientações sexuais e escolhas religiosas. Vamos nos unir pela liberdade.” O Padre conta que a celebração já começa a virar tradição no Santuário. “Iniciamos em 2019. Depois, durante a pandemia, não houve mais reuniões, mas no ano passado voltamos a incluir esse momento na missa.”
O religioso afirma que sua presença na Alesp nesta semana representou o comprometimento da igreja anglicana com a inclusão. “Não estamos apenas fazendo a ‘política da boa vizinhança’”, explica. “Nosso objetivo é viver o pensamento em busca de uma política social de inclusão e respeitabilidade em favor das classes afetadas pelo preconceito e ódio.”
O padre diz que faz parte da sua atuação celebrar casamentos homoafetivos e batizar filhos de casais gays ou lésbicos. Fala ainda estar acostumados com as críticas. “Muitas pessoas me chamam de padre falso”, comenta, entre risos. “Mas essas críticas são de pessoas que não conhecem a história da Igreja Anglicana, uma instituição que tem o compromisso com a liberdade.”
Uma versão sobre a origem da Igreja Anglicana remonta ao ano de 1534, quando a recusa do papa em aceitar o divórcio de Rei Henrique VIII e sua primeira esposa, a rainha espanhola Catarina de Aragão, resulta no rompimento do rei inglês com a igreja católica.