Policiais civis da DEIC de Piracicaba prenderam um homem de 48 anos suspeito de integrar o quarteto que sequestrou e agrediu Jonas Lucas Alves Dias, 55 anos, premiado com R$ 47 milhões na Mega-Sena em 2020. Ele chegou a ser socorrido com vida quando estava agonizando às margens da Rodovia dos Bandeirantes, no Jardim São Pedro, em Hortolândia. Atendido por uma ambulância da AutoBAn, concessionária que administra a rodovia, ele foi levado a um hospital em Sumaré, mas não resistiu aos ferimentos. O crime ocorreu na última quarta-feira e teve repercussão nacional.
O detido possui vasta ficha criminal, segundo a polícia, com passagens por homicídio, estelionato, roubo, furto, corrupção ativa e lesão corporal.
A Polícia Civil, por meio da DEIC de Piracicaba, realizou na tarde deste sábado (17) entrevista coletiva para falar sobre a investigação do sequestro e morte do ganhador da loteria. Os delegados Osvaldo Nico Gonçalves, Juliana Ricci e Kleber Altale receberam a imprensa.
OUÇA A DELEGADA EM COLETIVA À IMPRENSA
Durante as investigações, os agentes colheram depoimentos de testemunhas, cumpriram dois mandados de busca e apreensão nas casas dos proprietários de dois automóveis (Fiesta preto e uma caminhonete prata) analisaram as imagens das câmeras de segurança que registraram a ação dos criminosos. Eles solicitaram ainda a quebra dos sigilos telefônico e bancário.
Os policiais identificaram ao menos quatro envolvidos, de 22, 24, 38 e 48 anos.
Os investigadores verificaram que aproximadamente R$ 20 mil foram retirados da conta de Jonas por meio de transferências via Pix e saques em uma agência bancária. O investigado de 22 anos, que era dono da caminhonete (veja vídeo abaixo com ela circulando um dia antes do crime), teria ido até o banco para configurar um aplicativo em um celular e efetuar as transações para a conta de uma mulher, de 24 anos.
O homem de 38 anos seria o proprietário do carro e não possuía antecedentes criminais. A Polícia Civil pediu a prisão temporária dos outros três suspeitos e realiza buscas para localizá-los. Os envolvidos não eram conhecidos da vítima, mas sabiam da condição social dela.
As investigações prosseguem na DEIC de Piracicaba. Segundo a polícia, a população pode auxiliar o trabalho por meio de denúncias do paradeiro dos autores. As denúncias podem ser feitas por meio dos telefones de emergência (190) ou pelo Disque Denúncia, no 181.
O assassinato de Jonas Lucas Alves Dias, 55 anos, foi motivado por dinheiro, mas não se sabe ainda se há alguma razão adicional.
ENTENDA
O caso foi registrado como extorsão seguida de morte e é investigado pela Delegacia de Hortolândia, com apoio da Deic de Piracicaba, de acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública. A vítima havia ganho R$ 47 milhões na Mega-Sena em 2020.
Jonas Lucas Alves Dias, 55 anos, foi encontrado com vida, às margens da Rodovia dos Bandeirantes, em Hortolândia, e apresentava sinais de espancamento. Ele foi socorrido ao Hospital Mário Covas, de Sumaré, mas não resistiu aos ferimentos. Uma viatura da AutoBAn, administradora do Sistema Anhanguera-Bandeirantes, o levou à unidade.
Seu irmão, de 65 anos, prestou esclarecimentos à polícia e relatou que o homem estava desaparecido havia um dia. A vítima teve aproximadamente R$ 20 mil retirados de sua conta bancária por meio de transferências bancárias e via PIX.
O seu cartão de débito também foi levado pelos suspeitos. Uma das tentativas de saque de sua conta foi de R$ 3 milhões.
O CRIME
O assassinato de Jonas Lucas Alves Dias, 55 anos, premiado com R$ 47 milhões na Mega-Sena em 2020, foi motivado por dinheiro, segundo apuração inicial da polícia. Uma força-tarefa investiga o caso. Dias vivia no Jardim Rosolém, em Hortolândia, onde todos sabiam que ele tinha grande soma de dinheiro, e manteve os mesmos hábitos de antes do prêmio.
Juliana Ricci, delegada titular da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba, disse que há uma equipe especial para a investigação do caso e que o autor do crime sabia da condição financeira da vítima.
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