Apaixonado pela natureza e pela vida sobre uma bicicleta, o morador de Campinas Matias Correa dos Santos decidiu juntar os dois amores e partir para uma aventura pelo Brasil, após a aposentadoria. Aos 63 anos, está há cinco meses na estrada, pedalando pelo Sudeste e Sul do país para mapear o trajeto e divulgá-lo a fim de incentivar o cicloturismo nacional.
Santos nasceu em Caraá, no Rio Grande do Sul, mas escolheu Campinas para viver. Ele conta que se preparou muito antes de iniciar a aventura. “Fiz um treinamento ciclístico em meio a natureza para conhecer meu corpo e trabalhar o psicológico. Saía de madrugada com frio e com pouca alimentação”, conta.
17 de janeiro foi a data escolhida para dar início à primeira fase da viagem, que tinha como destino o Uruguai. Ele pedalou 2.812 quilômetros até o Chuí, no Rio Grande do Sul, que é o município brasileiro mais distante da linha do Equador. Contudo, o plano de entrar no país vizinho foi frustrado. Por conta da pandemia, foi barrado na fronteira. “Em nenhum momento de minha trajetória houve desânimo. Sempre pedalei com propósito e objetivo. Eu vivo sob comando do tempo e penso que se não consegui entrar, foi porque não era pra eu estar lá”, analisa.
O ciclista acampou por dois dias no Chuí. Tempo necessário para pensar na segunda etapa do projeto, que ele batizou de “Percorrendo o Rio Grande do Sul”. Ele seguiu pelo extremo sul e chegou à capital, onde mora sua mãe. Diz que foi lá que nasceu a terceira e última etapa de sua viagem, chamada de “Retorno para Campinas”.
Após quase cinco meses desbravando essa parte do país, Santos descobriu o Instituto Aromeiazero. Uma organização sem fins lucrativos, que promove projetos através da bicicleta para reduzir as desigualdades sociais e tornar as cidades mais verdes e resilientes. Ao conhecer a ONG, ficou sabendo sobre a possibilidade de doar seus quilômetros através do Km Solidário, um aplicativo gratuito cujo objetivo é desenvolver a cultura de doação, transformando quilômetros percorridos nas atividades físicas em apoio financeiro para instituições cadastradas.
A missão do Aromeiazero é promover uma visão integral da bicicleta, como transporte, expressão artística, trabalho, lazer, esporte e também como ferramenta de mudança no modo de vida e de relações em centros urbanos e comunidades rurais.
Ele doou, até o dia 2 de julho, 1.822 km para o Aromeiazero. “A ideia do aplicativo é excelente. É uma forma de eu me sentir um pouco mais útil dentro dos meus propósitos e colaborar, mesmo que indiretamente, com a vida de muitas pessoas”, comenta.
Vale lembrar que não é preciso fazer uma cicloviagem de milhares de quilômetros para usar o Km Solidário, qualquer saída rápida, como uma ida à padaria, pode ser transformada em doações para o Aro. Baixe o aplicativo, escolha o Aromeiazero e lembre-se de clicar em concluir ao finalizar a atividade.
O aplicativo está disponível em Android e IOS e pode ser sincronizado com FitBit, Garmin, Polar, Strava ou Apple Saúde. Para quem já tem histórico de resultados e rankings nesses programas, não precisa se preocupar, nenhuma informação será perdida. Para saber mais, confira a página do Km Solidário no site do Aro: http://bit.ly/kmsolidario .
A viagem de Matias termina neste sábado (3), concluindo os 7.400 km. Em seu Instagram é possível acompanhar sua jornada quase que em tempo real. Também é possível conferir os mapas diários das pedaladas através do Facebook do ciclista.