Um homem de 50 anos morreu na tarde de domingo (10) em Campinas ao ter o pescoço cortado por uma linha de pipa com cerol (mistura cortante feita com vidro moído e cola). O acidente ocorreu na Avenida John Boyd Dunlop, a mais extensa da cidade, na região do Shopping Unimart. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a Polícia Militar (PM) foram acionados, mas o motociclista morreu ainda no local. Em um poste havia uma pipa presa em meios aos fios. Nenhum responsável foi identificado até o momento.
O uso de cerol no estado de São Paulo é proibido. Campinas também tem legislação específica que veta a utilização e a comercialização.
Desde 2020, na gestão de Joans Donizette (PSB), a cidade tem o programa Disque Campinas Sem Cerol, com a finalidade de estimular a utilização do Disque Denúncia, pelo número telefônico 153, da Guarda Municipal, para denunciar a comercialização e o uso de qualquer material cortante em linhas ou fios usados para empinar pipas, em conformidade com o disposto na Lei nº 13.466, de 12 de novembro de 2008.
A denúncia pode ser feita de forma anônima.
Essa lei que criou o programa incentina ainda a Secretaria Municipal de Segurança Pública a efetuar campanha de esclarecimento à população, a fim de informá-la da importância do serviço de denúncia, ressaltando a preservação da identidade do denunciante.
A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e concessionárias de rodovias, como a CCR AutoBAn, também têm programas e campanhas de alerta e conscientização sobre o tema.
Proibição no estado
O uso do cerol em linhas de pipas, a conhecida mistura entre cola e vidro, passou a ser proibida no Estado com a aprovação do Projeto de Lei 765/2016, aprovado pelos deputados da Alesp e sancionado pelo governador do Estado.
De autoria do deputado Coronel Telhada (PP), a proposta proíbe o cerol como também qualquer outro material cortante que possa ser aplicado nas linhas. A proibição abrange o uso, a posse, a fabricação e a comercialização da mistura cortante, também conhecido como linha chilena.
Caso a lei seja descumprida, a pessoa responsabilizada deverá pagar multa.
Há vários casos de mortes decorrentes do uso do cerol. Em Indaiatuba, um jovem de 22 anos morreu em 2019. Parte dos casos ocorre em rodovia e avenidas expressas. Parte dos motociclistas utilizam em seu veículo uma estrutura que barra a ação da linha em caso de acidente.