Uma nova paralisação de motoristas de ônibus do transporte público, entre a madrugada e o início da manhã desta sexta-feira (2), voltou a provocar transtornos aos passageiros. Desta vez, os prejudicados foram os usuários das linhas verde e vermelha., que atendem regiões como Barão Geraldo e Sousas. Por conta disso, muitos trabalhadores não conseguiram chegar a tempo a seus empregos, num dia de jogo do Brasil, com horário mais apertado de atendimento. Nesta quinta-feira, os afetados foram os passageiros da região do Ouro Verde, em Campinas, e de linhas de transporte de Valinhos.
O protesto, ocorrido entre 4h e 6h e que pede recomposição salarial, desrespeitou uma medida da Justiça, que atendeu a pedido da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), responsável por gerenciar o transporte público. A empresa protocolou interdito proibitório nesta quinta-feira contra o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Campinas e Região.
A decisão que impedia o bloqueio das garagens foi dada pelo juiz Mauro Iuji Fukumoto, da 1ª Vara da Fazenda Pública.
No despacho, o magistrado observa que “não há estado de greve formalmente constituído ou prévia comunicação dos motivos do ato praticado”. Na sequência de sua decisão, Fukumoto determina que o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Campinas e Região “se abstenha de bloquear entrada e saída de veículo das garagens das empresas concessionárias, sob pena de incidência de multa”. Mas isso não foi respeitado.
Veja nota do SetCamp
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp) esclarece alguns pontos importantes sobre a paralisação ocorrida hoje (sexta-feira), das 4 às 5h45, nas linhas verdes (área 3) e parte das linhas vermelhas (área 2) em Campinas:
1) A paralisação das linhas, mais uma vez, foi feita sem qualquer aviso prévio e durante o andamento de um processo de negociação com a categoria. Hoje, cerca de 35,3 mil pessoas foram afetadas;
2) O ato de paralisar garagens contraria a decisão do juiz Mauro Iuji Fukumoto, publicada ontem, após a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), órgão gestor do transporte e trânsito, ter entrado com ação junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, pois o magistrado entende que os atos irresponsáveis por parte do Sindicato dos Rodoviários impedem o direito de ir e vir das pessoas;
4) Importante lembrar que a atual diretoria do Sindicato dos Rodoviários foi eleita no dia 5 de novembro, ou seja, tomou posse há menos de 30 dias. E que, até então, o Sindicato dos Rodoviários estava sob intervenção judicial e que o processo eleitoral foi bastante tumultuado;
5) O SetCamp reitera que continua à disposição para o diálogo, que as negociações estão em andamento e que desaprova as paralisações ilegais pois as mesmas prejudicam os usuários e toda a cidade de Campinas.
O primeiro bloqueio
O movimento desta quinta-feira(1) envolveu funcionários da empresa VB1, que atua em bairros como Vida Nova, DCIs e Aeroporto de Viracopos, em Campinas, e da empresa SOU, de Valinhos.
Conforme o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp), pelo menos 25 mil pessoas sofreram prejuízos com a interrupção do serviço (veja nota da entidade abaixo).
Conforme o sindicato dos motoristas, a paralisação ocorreu em razão da negociação salarial, que está parada, sem acordo entre as partes – funcionários e empresas – desde a data-base da categoria, em maio.
A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) informou que a manifestação afetou de maneira parcial o transporte de Campinas, impactando 58 linhas operadas pela VB1. “A Emdec lamenta que a reivindicação salarial tenha reflexos e prejuízos aos usuários do sistema e vai adotar as medidas judiciais cabíveis”, disse ainda a empresa em nota.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp) também divulgou nota sobre a paralisação da quinta-feira. A entidade disse que a atual diretoria do Sindicato dos Rodoviários foi eleita há menos de 30 dias, estando até então sob intervenção judicial e que “as negociações com a atual diretoria recém-empossada estavam sendo realizadas com o SetCamp, dentro de um processo, até então, considerado normal e que as mesmas não haviam se encerrado”.
O SetCamp afirma que a manifestação ocorreu sem aviso prévio. Ainda segundo o informe, “o SetCamp continua aberto ao diálogo, desde que atitudes contrárias às leis vigentes e que sejam prejudiciais aos que precisam de transporte, direito de ir e vir, garantido na Constituição, sejam respeitados”.
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