Apesar da Câmara de Campinas ter votado contra o relatório final e rejeitado a abertura de Comissão Processante (CP) que poderia levar à cassação do mandato do vereador Zé Carlos (PSB), o Ministério Público de São Paulo pediu à Justiça a condenação do ex-presidente da Casa por improbidade administrativa e danos morais coletivos. O ex-subsecretário da Câmara Rafael Creato também foi denunciado pelo MP.
Zé Carlos é o pivô das investigações que apuram cobranças de vantagens indevidas para renovação de contratos na Câmara Municipal. A ação contra ele, formalizada no final de maio pelo promotor Daniel Zulian, também pede a perda de mandato do ex-presidente da Câmara e pagamento de R$ 150 mil. O Poder Judiciário ainda irá decidir se os casos se tornarão processos.
A investigação veio à tona no dia 17 de agosto, quando uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) realizou buscas e apreensão na Câmara e em endereços ligados a Zé Carlos. O caso foi denunciado ao MP-SP pelo empresário Celso Palma, proprietário de uma empresa que presta serviços à TV Câmara.
Áudios divulgados revelaram o vereador pedindo dinheiro. As gravações foram feitas em 2021, na época de renovação de contrato. O advogado Rafael Creato, subsecretário de Relações Institucionais da Câmara, também aparece nos áudios.
Zé Carlos se afastou da presidência em 26 de setembro, após a divulgação dos áudios que compõem a investigação. O afastamento teve 30 dias de duração e o vereador decidiu, ao fim dele, não retornar para a função, mas continua como vereador da Casa.