Mês dedicado a ações para alertar e prevenir contra o câncer de próstata, o Novembro Azul ganha cada vez mais relevância ao convocar os homens para o autocuidado. Anualmente, para marcar a data, a Oncocamp realiza um evento dedicado ao tema. Para 2021, a clínica, que é referência no tratamento oncológico na região de Campinas e em todo o Brasil, desenvolveu uma programação em formato híbrido e na tarde desta sexta-feira (26), pacientes, famílias e todos os interessados puderam acompanhar presencialmente ou por transmissão on-line, as palestras e orientações de especialistas.
“O homem precisa entender que ele é importante para alguém. Cuidando de si, ele vai estar cuidando também de outras pessoas. Com o evento abrimos a possibilidade de informar a população sobre um tipo comum de câncer, o que ajuda a desmistificar muita coisa acerca da doença, da investigação diagnóstica e das modalidades de tratamentos”, afirma Otávio Martucci, oncologista da equipe. “Os homens devem aprender a frequentar o consultório médico periodicamente, como fazem as mulheres. É absolutamente importante que as doenças sejam diagnosticadas precocemente, e não somente o câncer de próstata”, alerta.
“Aproveitamos o evento também para informar à população e à classe médica da nossa região que a Oncocamp se tornou um Centro de Pesquisa Clínica, através de uma bela parceria com a equipe da Urologia da Unicamp e da Clínica Uro-Hominis”, ressalta o especialista, responsável pela palestra “Conhecendo o câncer de próstata”.
Martucci lembra que o câncer de próstata só é menos comum que o câncer de pele entre os homens. No mundo são diagnosticados mais de 1,3 milhões de casos anualmente e, no Brasil, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de aproximadamente 67 mil casos/ano para o triênio de 2020 a 2022.
Os fatores de risco mais conhecidos são idade acima dos 50 anos, pele preta, obesidade, sedentarismo e história familiar para a doença.
“A exemplo de outros cânceres, o câncer da próstata é assintomático no início. Não possui sinais ou sintomas característicos. Com o avanço da doença, o homem pode ter dificuldade para urinar, gotejamento no final da micção, sangramento e ardor na uretra”, detalha o médico. “Em fases mais avançadas, o câncer da próstata pode se disseminar para outros órgãos, especialmente para o esqueleto, e dores ósseas podem indicar acometimento metastático da doença”, aponta.
Protocolo e Pesquisa
Para o tratamento do câncer de próstata existem protocolos bem estabelecidos no Brasil e no mundo. Se a doença for diagnosticada localizada apenas na próstata, a cirurgia ou radioterapia são duas modalidades de tratamentos que podem permitir a cura. Mas, se a doença for diagnosticada na sua fase mais avançada, com metástases, os tratamentos têm intuito paliativo, explica o oncologista. “Ainda assim, temos terapias muito eficazes, que embora não propiciem a cura, podem fazer o paciente viver por muitos anos e com boa qualidade de vida. Nesses casos, a hormonioterapia e a quimioterapia são estratégias consagradas e bastante utilizadas para ajudar no controle do avanço do câncer”, detalha Martucci.
“A uro-oncologia é uma das áreas mais pesquisadas dentro da medicina, especialmente porque o câncer de próstata é uma doença comum e necessita de um arsenal terapêutico eficaz”, conta o médico. Hoje, informa ele, existem várias linhas de hormonioterapia e pelo menos duas linhas de quimioterapia para o tratamento da doença avançada, exemplifica. “Também existem tratamentos com radiofármacos, dentro da medicina nuclear, que podem ser utilizados no tratamento das metástases ósseas. Muito ainda tem sido estudado dentro da chamada medicina personalizada, para oferecermos tratamentos para populações com mutações específicas e hereditárias. Avançamos também nas técnicas diagnósticas, cirúrgicas e radioterápicas”, finaliza o especialista.
Fisioterapia e equilíbrio emocional
O evento da Oncocamp, além de Otávio Martucci, contou ainda com a palestra da fisioterapeuta oncológica Lívia Zalaf, que abordou “Os benefícios do exercício aeróbico no câncer”.
“O exercício aeróbico é importante durante todo o tratamento, até mesmo antes do diagnóstico como uma prevenção à doença, melhorando o sistema imunológico”, explica Zalaf, especialista da equipe da Oncocamp. Segundo a fisioterapeuta, após o diagnóstico e durante o tratamento o exercício aeróbico tem se mostrado muito importante.
“É fundamental para melhorar a tolerância ao tratamento, ter mais qualidade de vida, reduzir a fadiga, a dor, dentre outros”, ressalta. “É muito importante que todo mundo faça com a ajuda de um profissional”, aponta Zalaf.
Vestido de Dr. Chaplin, Mário, técnico de enfermagem há mais de dez anos, participou do evento com o tema “O amor cura”. “Faço esse projeto, me visto de alguns personagens e visito quem está dentro dos hospitais, não só os pacientes, mas os colaboradores e os acompanhantes. É poder transformar a vida dessas pessoas. Num momento tão desafiar, que aquilo se torne um momento especial. Para que lá na frente, quando estiverem bem, lembrem que mesmo naqueles dias difíceis, teve alguém que foi lá, que se importou, que fez diferença na vida dele naquele dia. Eu vivo para ajudar as pessoas que estão dentro desses lugares”, conta o técnico, que desenvolve seu projeto em hospitais de Campinas e Região.
“Os eventos sociais da Oncocamp, como Outubro Rosa e Novembro Azul, são preparados com muito carinho para aproximar a população de informações relevantes na área médica. É uma forma que encontramos para poder transferir conhecimento e auxiliar na divulgação de informações, com qualidade”, ressalta Alice Garcia, médica oncologista e uma das fundadoras da Oncocamp, que fez a abertura do evento Novembro Azul Oncocamp.