Passados quatro dias da tragédia, o número de vítimas em Petrópolis continua a subir e pode superar os 300 mortos. O total de óbitos chegou a 129 na tarde desta sexta-feira (18) e a lista de pessoas desaparecidas quase que dobrou: após atualização da Polícia Civil nesta sexta-feira (18), passou de 116 para 218 pessoas. Dentre as vítimas fatais, de acordo com o Instituto Médico-Legal (IML), há 22 menores de idade e 80 mulheres.
Os bombeiros acreditam ainda ser possível encontrar sobreviventes. A chuva voltou a cair nesta sexta-feira na cidade serrana carioca e sirenes de alerta à população das áreas de risco foram disparadas.
“Está chovendo muito na cidade. Nas últimas 24 horas, choveu 70 milímetros. Então, acreditem no trabalho do Corpo de Bombeiros e no trabalho da Defesa Civil”, afirmou o coronel Leandro Sampaio Monteiro, comandante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.
Monteiro disse que o estado vem recebendo ajuda de outras unidades da federação, inclusive com o envio de cães farejadores. Ele fez um apelo para que os moradores de áreas de risco atendam às orientações da Defesa Civil e dos bombeiros e deixem suas casas e se dirijam aos abrigos.
O presidente Jair Bolsonaro sobrevoou nesta sexta-feira (18) as áreas afetadas pelos temporais que deixaram 123 mortos em Petrópolis e avaliou que o que viu foi um cenário quase de guerra.
“Vimos pontos localizados, mas de uma intensa destruição. Vimos também regiões em que existiam casas, pelo que vimos perifericamente ao estrago causado pela erosão. Então, é imagem quase que de guerra, é lamentável. Tivemos uma perfeita noção da gravidade do que aconteceu aqui em Petrópolis”, disse o presidente.
A chuva forte que caiu em Petrópolis na última terça-feira (15) provocou mais de 20 pontos de deslizamento em toda a cidade. Apenas no Morro da Oficina, no Alto da Serra, um dos locais mais atingidos, dezenas de casas foram soterradas. Há ainda casos de pessoas que foram levadas pelas cheias nas ruas.
Outros desastres causados por chuvas já ocorreram na serra fluminense. Em 1988, foram 134 mortos em Petrópolis. Em 2011, 918 pessoas morreram e outras dezenas desapareceram na região serrana, principalmente em Nova Friburgo e Teresópolis.